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Estado de Minas DIREITOS HUMANOS

Conhecida pelo caso Marielle Franco, promotora é homenageada nos EUA

Junto com outras 11 lideranças femininas dos quatro continentes, brasileira Simone Sibilio do Nascimento ganha o prêmio 'Mulheres de Coragem' 2022


23/03/2022 04:00 - atualizado 23/03/2022 01:08

 Promotora brasileira Simone Sibilio do Nascimento gesticula com o braço direito enquanto dá entrevista
Promotora brasileira Simone Sibilio do Nascimento foi a primeira mulher a liderar a unidade contra o crime organizado no Rio de Janeiro (foto: MAURO PIMENTEL/AFP)

Duas mulheres latino-americanas – a promotora brasileira Simone Sibilio do Nascimento e a defensora dos direitos humanos e ambientais da Colômbia Josefina Klinger Zúñiga – receberam no último dia 14 o prêmio internacional Mulheres de Coragem 2022, concedido pelos Estados Unidos para reconhecer lideranças femininas excepcionais. Ambas foram homenageadas, com outras 10 mulheres de quatro continentes, em uma cerimônia da qual participaram a primeira-dama, Jill Biden, e o secretário de Estado, Antony Blinken, e que foi realizada virtualmente pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia de COVID-19.

"Por 16 anos, esses prêmios levantaram as vozes das mulheres em todo o mundo", disse a primeira-dama americana, observando que seu marido, o presidente Joe Biden, "sabe que os Estados Unidos devem liderar uma comunidade global dedicada a acabar com a corrupção, a injustiça e a brutalidade que silencia as mulheres". Ao falar sobre as vencedoras deste ano, Blinken destacou a luta de Simone Sibilio do Nascimento contra a corrupção e o contrabando, e sua acusação de casos de violência de gênero e ataques a ativistas. Elogiou o trabalho de Klinger Zúñiga para empoderar afrocolombianos e comunidades indígenas marginalizadas.

Simone Sibilio do Nascimento, procuradora do Rio de Janeiro há 18 anos, foi a primeira mulher a liderar a unidade contra o crime organizado no estado. Anteriormente, foi delegada da Polícia Civil e capitã da Polícia Militar. Ela é conhecida por promover a investigação do assassinato de Marielle Franco, a vereadora carioca vinda de uma favela, negra e lésbica, que foi baleada em março de 2018 junto com seu motorista, Anderson Gomes.

Klinger Zúñiga, líder social de Chocó, área rural isolada no Oeste da Colômbia com população predominantemente negra e indígena e onde atuam traficantes e grupos armados ilegais, fundou a ONG Mano Cambiada em 2006 para promover o ecoturismo sustentável e ajudar a desenvolver a comunidade local.

Além delas, as Mulheres de Coragem  incluem Rizwana Hansan (Bangladesh), Ei Thinzar Maung (Mianmar), Tarif Sami Mohammed (Iraque), Facia Boyenoh Harris (Libéria), Najila Mangoush (Líbia), Donia Gherman (Moldávia), Bhumika Shrestha (Nepal), Carmen Gheorghe (Romênia), Roegchanda Pascoe (África do Sul) e Pham Doan Trang (Vietnã), esta última presa por seu trabalho em defesa dos direitos humanos.

Criado em 2007, o Prêmio Internacional Anual de Mulheres de Coragem (IWOC) reconhece anualmente mulheres em todo o mundo que demonstraram coragem e liderança excepcionais na defesa da paz, justiça, direitos humanos, igualdade de gênero e empoderamento feminino, muitas vezes em grande risco pessoal e sacrifício, de acordo com o Departamento de Estado. As ganhadoras são escolhidas entre as indicadas pelas embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo.

Mudando para nossa realidade, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acaba de realizar uma importante ação em defesa da mulher em Águas Formosas, na Região do Vale do Jequitinhonha/Mucuri, que é uma das comarcas mineiras cuja mobilização contra a desigualdade e a discriminação que afetam a mulher alcança resultados expressivos.

Esse trabalho na comarca precede a criação do projeto Justiça em Rede Contra a Violência Doméstica. Contudo, o sucesso da iniciativa, liderada pelo juiz Matheus Moura Matias Miranda, se baseia nos mesmos fundamentos da proposta idealizada pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), do TJMG: integração dos atores que lidam com o problema; agilidade e eficácia na resposta às vítimas, em todas as áreas – assistência social, médica, psicológica e jurídica; conscientização dos agressores; fomento à reflexão; foco na prevenção e nas ações educativas. O projeto institucional também poderá propagar boas práticas e metodologias desenvolvidas localmente, dando-lhes maior visibilidade e promovendo seu aprimoramento a partir da troca de experiências.

Segundo o juiz responsável pela comarca, de Vara Única, a atuação em rede em matéria de violência doméstica e familiar iniciou-se de forma mais robusta e produtiva a partir do 1º Seminário da Rede Socioassistencial, organizado pelo magistrado e por sua equipe em janeiro de 2020. O evento reuniu mais de 110 representantes dos sete municípios da comarca: a sede, Bertópolis, Crisólita, Fronteira dos Vales, Machacalis, Santa Helena de Minas e Umburatiba.

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