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Cuidado com a surdez da idade: escutar é fundamental

Surdez é uma das mais cruéis dificuldades que afetam o dia a dia do idoso porque pode afastá-lo da vida em sociedade


21/03/2022 04:00

 Ilustração da coluna da anna marina
Perda auditiva pode trazer problemas de relacionamento e fobia social, o que leva à depressão

As crianças da família que nunca ouviram ou tiveram ideia do que podia ser um tiú, acham a maior graça quando falo que estou surda como um tiú. Tirando um pouco o exagero, minha situação é bem essa. Comprei, há pelo menos uns sete anos, aquele aparelhinho lindo, caro e sob medida que é produzido pela Audium da Savassi. Mas tenho uma preguiça danada de usar os aparelhos, porque as pilhas precisam ser trocadas – operação delicada – e não tenho paciência. Mas o pessoal da empresa é bem legal, estava há tanto tempo sem aparecer por lá que me chamaram para uma revisão – que não custa nada.

Com a idade, a reclusão provocada pela pandemia, escuto cada vez menos. E noto isso na perguntação que fico, principalmente quando amigos e parentes se reúnem em minha casa. Tenho certeza de que nos tempos difíceis em que vivemos é preciso, acima de tudo, cultivar a alegria do convívio com familiares e amigos, e estar conectados ao mundo. Para quem chegou aos 60 anos, e já estou longe disso, os desafios são ainda maiores: aceitar as limitações que a idade impõe e saber envelhecer. Para isso, é fundamental manter uma boa audição. Só assim é possível participar das conversas, curtir uma boa música e assistir a um programa na TV. A surdez é uma das mais cruéis dificuldades que afetam o dia a dia do idoso porque pode afastá-lo da vida em sociedade.

Com o passar do tempo, as células auditivas se degeneram devido ao desgaste natural do corpo. Mas não é só. Hábitos ruins que cultivamos ao longo da vida, como o contato frequente com sons altos e ambientes barulhentos, podem agravar o processo de perda auditiva, que é contínuo. Quanto mais essas células são perdidas, maior é a dificuldade auditiva. E  pessoas que não escutam bem podem ter problemas de relacionamento, preferindo o isolamento, que pode levá-las à depressão e até  àdemência.

"Ainda percebemos uma forte resistência dos idosos em admitir a perda auditiva. Muitos relutam durante vários anos. Com isso, o convívio em família fica mais difícil. E entre casais é um fardo pesado para o marido ou a esposa ter de conviver com alguém que finge simplesmente que a dificuldade de ouvir não existe. Por isso, é importante tentar convencer esses idosos a buscarem tratamento. E para tal, o tratamento é a adaptação de aparelhos auditivos, que trazem melhorias significativas na comunicação e na qualidade de vida", afirma a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em audiologia da Telex Soluções Auditivas.

O processo de perda auditiva é diferente em cada indivíduo. Depende de vários fatores, inclusive genéticos. No entanto, depois dos 65 anos, a perda auditiva, conhecida como presbiacusia, tende a ser mais severa. Por isso, o melhor é procurar um médico otorrinolaringologista aos primeiros sinais de dificuldade para ouvir. "O uso diário do aparelho auditivo e o apoio da família são essenciais para que o idoso reduza a dependência e resgate a autoestima. Infelizmente, muitas vezes, quando se procura tratamento, o caso já ficou grave. A perda de audição é lenta e progressiva e, com o decorrer dos anos, se não for tratada, atinge um estágio mais avançado", explica a fonoaudióloga.

Rafaella ainda acrescenta: "Cuidar da saúde auditiva é tão importante quanto cuidar do resto do corpo. E na área auditiva, a tecnologia cada vez mais avançada é uma grande aliada. Os modernos aparelhos auditivos digitais, bem pequenos, otimizam a audição, sem constrangimentos, e facilitam, inclusive, a interação com o mundo virtual, por meio de conexão sem fios com laptops, celulares e outros eletrônicos".

Sintomas que podem indicar os primeiros indícios de perda auditiva: assistir à TV em volume mais alto do que as outras pessoas da casa, pedindo constantemente para aumentar o som; não ouvir quando é chamado por uma pessoa que não está à sua frente ou que se encontra em outro cômodo; comunicar-se com dificuldade quando está em grupo ou em uma reunião; pedir com frequência que as pessoas repitam o que disseram; ouvir as pessoas falando como se elas estivessem sussurrando; ficar embaraçado ao não entender o que outro diz pelo telefone; dificuldade em comunicar-se em ambientes ruidosos, como no carro, no ônibus ou em uma festa; fazer uso de leitura labial durante uma conversa; família e amigos comentam que você não está ouvindo bem; se concentrar muito para entender o que as pessoas falam. 

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