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Estado de Minas ANNA MARINA

Tire suas dúvidas sobre o congelamento de óvulos

Especialista em reprodução humana detalha método que ajuda a mulher a realizar o sonho da gravidez


30/12/2021 04:00 - atualizado 30/12/2021 07:50

Mulher grávida mpstra a barriga
Quanto mais jovem a mulher realizar o congelamento, maior será a chance de o óvulo gerar um bebê (foto: Pixabay)

 
As estatísticas apontam a COVID-19 como o grande causador da diminuição de natalidade, mas o problema começou bem antes. Muitas pessoas consideram essa uma das grandes injustiças da natureza, mas o fato é que há um declínio progressivo, amplamente angustiante e irreversível da fertilidade feminina a partir dos 35 anos de idade.
 
“Os homens também experimentam um declínio em sua capacidade de fazer bebês à medida que envelhecem, mas essa queda na fertilidade tende a começar mais tarde e ocorrer muito mais lentamente do que nas mulheres. A taxa de fertilidade dos homens tende a começar a cair por volta dos 40 ou 45 anos de idade, mas de maneira muito menos ‘agressiva’”, explica Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
 
Hoje, no entanto, há mais recursos para preservar a fertilidade, como congelamento dos óvulos preferencialmente até os 35 anos, e depois o uso de técnicas de reprodução assistida.
 
Por milênios, as mulheres têm engravidado e dado à luz na adolescência e no início dos 20 anos – somente para ilustrar, antes da década de 1960, as mulheres nos Estados Unidos tinham, em média, o primeiro filho por volta dos 21 anos. O motivo é justamente a queda progressiva da fertilidade feminina.
 
“Ao contrário dos homens, cujos órgãos reprodutivos produzem milhões de espermatozoides frescos diariamente, as mulheres nascem com todos os óvulos que possuirão. Além disso, esse número diminui continuamente à medida que a mulher envelhece: de 1 milhão de óvulos no nascimento para 300 mil na puberdade, 25 mil na idade de 37 e 1 mil na idade de 51. De todos estes, no entanto, apenas 300 a 400 óvulos têm potencial de produção; normalmente apenas um por mês amadurece e, eventualmente, é liberado dos ovários da mulher durante a ovulação durante toda a sua vida reprodutiva. Por razões ainda não totalmente compreendidas, o resto passa por um processo natural de degeneração e nunca será ovulado”, explica o especialista em reprodução humana.
 
Para preservação dos óvulos, uma das melhores técnicas é a criopreservação ou congelamento. “Quanto mais jovem a mulher realizar o congelamento, maior será a chance de o óvulo gerar um bebê. Então, não existe uma idade que contraindique o congelamento, mas o ideal é que seja realizado até os 35 anos, pois assim as taxas de sucesso são maiores. Mas é possível congelar os óvulos até 41 e 42 anos. Após os 43 anos, a probabilidade de o óvulo gerar um bebê é muito reduzida”, explica Rodrigo Rosa. A partir dos 44 anos já não é mais recomendado.
 
Quase todas as clínicas de fertilidade em todo o mundo agora também oferecem às mulheres a opção de armazenar seus óvulos, congelados a tempo, até que ela esteja pronta para serem descongelados, fertilizados e transplantados em seu útero. Mas esses óvulos podem ser congelados por quanto tempo? “Com base em evidências científicas em engravidar com embriões congelados – em um caso o embrião foi congelado por 27anos – estamos confiantes de que o armazenamento de longo prazo de óvulos congelados não resulta em nenhuma diminuição da qualidade”, explica o médico.
 
Outra técnica muito utilizada é a de fertilização in vitro (FIV), que é dividida em quatro partes: estimulação ovariana; captação dos óvulos e espermatozoides; fecundação assistida; e transferência dos embriões. “A taxa de sucesso da FIV dependerá em grande parte do fator de infertilidade apresentado pelo casal e da idade da mulher. Quanto mais nova, mais chances de obter sucesso no procedimento, sendo que mulheres até 30 anos têm até 70% de chances de engravidar em uma única tentativa de FIV”, diz o médico.
 
Apesar de todos os avanços científicos, Rodrigo Rosa sempre enfatiza que os hábitos saudáveis de vida podem elevar as estatísticas de sucesso, mesmo que de maneira tímida – em uma fase em que qualquer avanço pode ser determinante. “Boa dieta, modulação do estresse, prática de exercícios físicos, controle do peso, dormir bem, cessar o tabagismo e a ingestão das bebidas alcoólicas, tudo isso pode melhorar a qualidade do óvulo e do espermatozoide e são fatores modificáveis para melhorar as chances de ter um bebê saudável”, finaliza o médico.
 
 

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