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Pandemia ativa casos de bruxismo provocado por estresse

Tratamento do problema inclui vários procedimentos e, por isso, deve ser elaborado caso a caso por um profissional


12/04/2021 04:00

Tratamento do bruxismo inclui vários procedimentos e, por isso, deve ser elaborado caso a caso por um profissional(foto: Eduardo Rocha/RR/DIVULGAÇÃO )
Tratamento do bruxismo inclui vários procedimentos e, por isso, deve ser elaborado caso a caso por um profissional (foto: Eduardo Rocha/RR/DIVULGAÇÃO )
 
Problema sério e pouco avaliado da quarentena é o tempo inútil que sobra praticamente a todas as pessoas, que começam a avaliar detalhes domésticos, culinários, de beleza e, pior que todos, de saúde. Quem está sempre no corre-corre entre o trabalho, obrigações diárias e relacionamentos, pouco tem tempo para ficar reparando se o dedo do pé dói, se o cabelo está caindo mais do que o normal, se a pele do rosto está ficando mais seca – e por isso mais envelhecida. A noite transforma-se em um tormento. Como não é possível sair de casa e os programas de TV se transformaram numa overdose de repetição, ir para a cama por não ter outra coisa para fazer é um prato feito para reparar o que acontece aqui ou acolá.

Um desses novos achados da quarentena é sem dúvida o bruxismo, que na vida normal pode passar até desapercebido, se não for muito forte, apenas um resultado do estresse. Quem, entretanto, sofre com o bruxismo, ou se está aparecendo agora, é melhor conhecer seus sintomas e como se prevenir contra eles. Além das dores de cabeça e na musculatura, o bruxismo pode causar desgastes nos dentes e até mesmo ajudar no aparecimento de doenças periodontais.

O bruxismo é uma desordem funcional que acomete tanto adultos quanto crianças e é caracterizada pelo ato de ranger ou apertar os dentes durante o sono. Por acontecer de forma inconsciente, é um ato involuntário que pode estimular dores na musculatura ao acordar ou ainda fortes dores de cabeça mesmo durante o dia. Além disso, com o passar do tempo, provoca desgaste nos dentes e colabora para o aparecimento de doenças gengivais e do periodonto.

Nos casos mais graves, o bruxismo pode levar à necessidade de tratamento de canal ou ainda distúrbios na articulação temporomandibular, a ATM. Este "exercício", praticado sem perceber, causa a hipertrofia do músculo masseter, localizado na região do ângulo da mandíbula, o que provoca uma intensificação de volume e pode levar a um desconforto estético.

Segundo a cirurgiã-dentista Daniela Yano, algumas pessoas podem apresentar esses mesmos sintomas em uma condição que chamamos de apertamento dentário. Ocorre mesmo durante o dia, em vigília, e o indivíduo mantém os dentes apertados uns contra os outros, quando a musculatura deveria estar relaxada. Essas condições, na maioria das vezes, estão relacionadas a fatores psicológicos – como o estresse –, mas podem ser causadas, ou ainda exacerbadas, pela ausência ou mau posicionamento dental ou mesmo por uma simples mastigação incorreta.

O sintoma mais comum do bruxismo são as dores de cabeça frequentes. O paciente com essa condição pode apresentar também desgaste ou mobilidade nos dentes, zumbido no ouvido, dores e estalos ao abrir e fechar a boca, dor e fadiga nos músculos da face, no pescoço e mandíbula. Esses sintomas são intensificados nos períodos em que o paciente encontra-se em situação de estresse e pode levar a modificações do sono. É importante lembrar que o bruxismo dificilmente apresenta apenas um fator causal, o que é característico desta parafunção.

O tratamento do bruxismo será elaborado caso a caso, de acordo com o diagnóstico encontrado pelo profissio- nal. Caso haja uma desconformidade na oclusão, pode-se realizar ajuste oclusal por desgaste ou acréscimo de estrutura, reposição de dentes ausentes ou ainda terapia ortodôntica. Além dessas opções, o uso da placa oclusal é muito importante. Esse é um dispositivo confeccionado sob medida que alivia as tensões exercidas pelos músculos da face, além de proteger as estruturas dentárias dos desgastes e das forças direcionadas aos dentes no momento de apertamento e atrito.

A cirurgiã-dentista Daniela Yano ressalta que é importante lembrar que, por estar relacionado a condições emocionais, o paciente que sofre deste distúrbio funcional deve procurar meios de tranquilizar o estresse, seja pela prática de atividades físicas e terapias relaxantes ou ainda por acompanhamento psicológico com medicações específicas, quando houver necessidade.

Após a avaliação e com o auxílio de alguns exames complementares, o dentista realizará o diagnóstico e indicará a melhor terapia para o paciente. A indicação de analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, laserterapia, acupuntura, aplicação de toxina botulínica em músculos específicos, compressas e alguns exercícios, além de dispositivos como a placa oclusal, podem estar inclusos no tratamento.

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