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Grifes de luxo criam crocodilos para produzir bolsas

Marcas como Louis Vuitton e Hermès usam pele natural dos répteis na confecção dos acessórios que chegam a custar uma fortuna


15/03/2021 04:00

Grifes famosas, como Louis Vuitton e Hermès, usam pele natural de crocodilos na confecção de bolsas, que chegam a custar uma fortuna(foto: ISAAC LAWRENCE/AFP)
Grifes famosas, como Louis Vuitton e Hermès, usam pele natural de crocodilos na confecção de bolsas, que chegam a custar uma fortuna (foto: ISAAC LAWRENCE/AFP)

É do conhecimento de todos que os defensores dos animais proíbem o uso de peles naturais – não só para casacos e acessórios, como também para confecção de artigos de couro, bolsas, sapatos, etc. Os crocodilos, que tiveram sua época magna na confecção de bolsas, têm suas peles copiadas industrialmente para uso em acessórios. Só que algumas marcas de alto luxo preferem usar as peles naturais em peças que acabam custando os olhos da cara. E é dentro desse princípio de preferir o original que em Coolibah, território do Norte da Austrália, existe uma fazenda do gigante do luxo LVMH (Louis Vuitton Moet Hennessy) destinada à criação de uma espécie de crocodilos caracterizada por suas pequenas escamas, ideais para uso em bolsas.

Para garantir o abastecimento e atender à crescente demanda, a LV e a Hermès (outra importante marca de acessórios) acumularam na última década fazendas de crocodilos na Austrália, sendo proprietários da maioria delas. No final de fevereiro, a atividade é mais intensa, pois coincide com a postura dos ovos dos répteis. Cerca de 4 mil ovos por ano são coletados na natureza adjacente e depois transportados para Coolibah, onde são colocados em incubadoras até a eclosão.

Em uma sala com temperatura constante, em torno de 33 graus, as caixas de ovos são distribuídas em prateleiras separadas por um corredor. “Eles são muito sensíveis à temperatura. No início da fase de incubação, isso nos permite determinar o sexo dos espécimes. Estamos particularmente interessados nos machos, porque eles crescem mais rápido”, explica a LV na Austrália.

Os filhotes recém-nascidos emitem um som monótono para "chamar seus irmãos para chocar seus ovos, todos incubados ao mesmo tempo". Eles são então transferidos para incubadoras do tamanho de um celeiro com grandes potes de água parcialmente fechados, onde são agrupados em ninhadas por aproximadamente nove meses e alimentados com carne picada de canguru seis vezes por semana.

Assim que as escamas começarem a se formar é que, então, essa parte do corpo é usada para fazer artigos de couro, detalha a empresa. "Não existe outro como o crocodilo marinho australiano", acrescenta. “A pele da barriga é formada por escamas muito pequenas, detalhe muito valorizado principalmente na confecção de bolsas", acrescenta o texto.

Os crocodilos passarão o terceiro e último ano de vida em cercados individuais, em um grande campo, para evitar morder ou arranhar a pele, antes do abate com uma arma de choque. Sua pele é enviada para Cingapura, para um curtume comprado pela LVMH em 2011, que fornece couro para todas as marcas do grupo. Apesar da demanda, os couros exóticos da indústria de luxo são fortemente criticados. Grandes marcas, como a Chanel, desistiram do uso de couros exóticos.

A LVMH, por sua vez, se defende: "Deixem nossas marcas livres para usar esses materiais e nossos clientes para comprá-los. Procuramos as melhores práticas possíveis".

Grahame Webb, presidente do setor de crocodilos da União Internacional para a Proteção da Natureza, defende a exploração comercial de répteis como um compromisso necessário para a preservação de uma espécie à beira da extinção nos anos 1960. "Você nunca será capaz de fazer dos crocodilos animais simpáticos entre as pessoas que vivem perto deles. Mas se você der a eles um valor econômico, essas pessoas estarão dispostas a tolerá-los", argumenta. 


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