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Minha experiência com o câncer de intestino

Essa patologia apavora muita gente, por isso vou dar meu testemunho sobre a importância de preveni-la e tratá-la


14/10/2020 04:00

Uma dieta rica em frutas e legumes é importante para diminuir os riscos da patologia (foto: Beto Magalhães/EM/D.A.Press)
Uma dieta rica em frutas e legumes é importante para diminuir os riscos da patologia (foto: Beto Magalhães/EM/D.A.Press)

Os leitores da coluna que me desculpem abordar tanto problemas pessoais. Mas quando recebo alguma notícia aqui falando sobre doenças pelas quais passei, não posso deixar de tocar no assunto, dando meu depoimento. É o caso do câncer do intestino, que apavora muitos pacientes e que realmente  pede muita atenção para não ser tão letal. A patologia é mais frequente do que a maioria das pessoas imagina e costuma se desenvolver de forma silenciosa.

A detecção e o diagnóstico precoces aumentam muito as chances de cura. O câncer de intestino abrange os tumores que se localizam no intestino grosso – chamado tecnicamente de cólon –, no reto e no ânus. É conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal. Segundo dados do Inca, é o segundo tipo de câncer mais frequente entre homens e mulheres e é consequência de “interações” entre fatores genéticos e ambientais. Sua prevenção está principalmente na mudança de hábitos, alimentação saudável e também na realização de exames preventivos periódicos.

Uma grande porcentagem desse câncer se inicia como um pólipo benigno dentro do intestino. Quando o diagnóstico desses pólipos é realizado precocemente, pode-se impedir a evolução para um quadro mais preocupante. O problema é que, geralmente, essa lesão se desenvolve de forma assintomática, muitas vezes sendo descoberta apenas quando já se transformou em um tumor maligno de tamanho considerável.

Os sintomas mais comuns do câncer colorretal são sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), dor abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente e alteração na forma das fezes. Tais sintomas podem estar ou não presentes, dependendo da localização do tumor no intestino. Esses sintomas também são comuns em outras patologias gastrointestinais, por isso devem ser sempre avaliados por um médico especialista. Por experiência própria, posso acrescentar que o formato das fezes também é importante – se de repente elas se transformam em bolinhas, como fezes de cabrito, é bom cuidar delas.

A idade avançada aumenta os riscos de câncer de intestino. A partir dos 40 anos já é preciso redobrar a atenção. Sobrepeso, alimentação não saudável (pobre em frutas, vegetais e fibras e com excesso de carne vermelha e alimentos ultraprocessados), tabagismo e consumo de álcool contribuem para o aumento do risco dessa patologia.
A incidência de câncer de intestino também aumenta caso haja familiares próximos que tenham tido a doença e caso o próprio paciente tenha o diagnóstico de alguma doença inflamatória intestinal, como a retocolite ulcerativa crônica e a doença de Crohn. Qualquer alteração do hábito intestinal abrupta e persistente a partir dos 40 anos, além do aparecimento de algum dos sintomas comuns do câncer colorretal, deve ser considerada como alerta.

O diagnóstico é feito com um exame chamado colonoscopia, no qual se retira um pequeno fragmento (biópsia) do pólipo/lesão suspeito. Quando diagnosticado, é, na maioria dos casos, uma doença tratável e frequentemente curável. O tratamento inicial é a cirurgia, que pode ser feita convencional (aberta), laparoscópica e também robótica. Nela retira-se o segmento do intestino afetado além de gânglios linfáticos próximos.

A quimioterapia e a radioterapia podem ser utilizadas para tratamento e na prevenção de recidiva do tumor. É fundamental a realização periódica de check-up preventivo, no caso, a colonoscopia, a partir dos 50 anos, mesmo em pessoas assintomáticas, e a partir dos 40 anos, caso haja algum fator de risco presente.

Uma alimentação saudável e balanceada é um importantíssimo aliado na prevenção do câncer colorretal. Deve-se evitar carnes em excesso, sobretudo as mais gordurosas, e embutidos, como presunto e salame. Até os que são vendidos como opções "saudáveis", como peito de peru, são ricos em substâncias conservantes, como nitrito e nitrato, altamente cancerígenas.

Corantes também devem ser dispensados do cardápio, sempre que possível. E não pense que estão presentes apenas em doces ultracoloridos, como balas e pirulitos. Grande parte dos produtos ultraprocessados os contém, inclusive os populares tabletes e sachês de temperos prontos. Dê preferência para comer em casa sempre que puder, com pratos saborizados com ervas e temperos naturais (a lista é infinita: cebola, alho, orégano, manjericão, páprica, cúrcuma…) e ricos em grãos, frutas e legumes.

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