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Brasil lidera o ranking de ansiedade no mundo

Dados da OMS revela em mais de 18 milhões de brasileiros sofrem do transtorno. Especialista ressalta importância do tratamento ainda mais na quarentena


postado em 08/07/2020 04:00

Dados liberados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostraram que o Brasil lidera o ranking de ansiedade no mundo. De acordo com a pesquisa, no país, mais de 18 milhões de brasileiros já sofriam com esse mal antes do surgimento do novo coronavírus. Não acompanho esse tipo de pesquisa, mas, pela convivência, dá para perceber que ela é mais do que real. Difícil não ter ansiedade em um país onde o comportamento governamental muda de um dia para o outro, o que vale hoje não vale amanhã, os padrões de honestidade variam de acordo com quem está tomando conta da roubalheira geral e por aí vai. Isso sem falar na inflação, na falta de segurança física e patrimonial. Os casos de Brumadinho e semelhantes provocados pela Vale, depois de terminados, fizeram com que muitos moradores voltassem para suas residências por falta de opções. Mas onde é que a segurança fica? Difícil não ser ansioso. Com a pandemia da COVID-19 e todos os transtornos ocasionados pelo isolamento social e a doença em si, os casos relatados aumentaram e a tendência é que nos próximos meses mais pessoas possam começar a sofrer com essa e outras doenças psicológicas.

Cada dia que passa nessa fase de epidemia, o que existe em todas as pessoas é a chamada dúvida atroz: estou de corona ou não?. Tudo que se informa sobre os sintomas vai muito além do que na realidade acontece. Conheço pessoas que tiveram a doença constatada depois de crise de indisposição intestinal. Vômito e disenteria não entram na lista de sintomas que são divulgados. Mas levam à constatação de que “a malvada” pegou o infeliz. E, junto à doença, que na realidade ninguém conhece em profundidade, e ao isolamento, falta de diversão, de convivência, de alegrias cotidianas não há quem escape da ansiedade.

De acordo com a Ana Paula Ribeiro, psicóloga e especialista em neurofeedback, este é o momento de intensificar ainda mais a conscientização sobre a importância de cuidar da saúde mental, já que este é um ponto que pode causar tantos riscos quanto as doenças físicas. “Infelizmente, ainda vivemos uma cultura em que muita gente acha desnecessário cuidar da saúde psicológica. É comum encontrar pessoas que acham melhor gastar tempo e dinheiro com outras questões. Principalmente agora em que tantos passam por dificuldades financeiras e, ao mesmo tempo, têm medo de sair de casa, o apoio psicológico profissional pode ficar ainda mais comprometido”, diz.

A especialista conta que, por outro lado, muitas pessoas têm preocupação com a saúde mental, mas com o surto do novo coronavírus estão deixando de cuidar do problema. “O medo se tornou tão grande que elas podem evitar cuidar de outros aspectos da saúde, já que estão muito preocupadas com o coronavírus. Portanto, é preciso mostrar que é possível – e essencial – cuidar desse ponto mesmo em casa”, destaca. Toda essa dificuldade em procurar atendimento profissional e falta de conscientização sobre tal importância pode transformar a saúde mental em uma preocupação equivalente ao coronavírus.

“O isolamento social, as dificuldades financeiras, a solidão, o medo, ansiedade, preocupação e tantos outros sentimentos que se tornaram comuns nesse período podem ocasionar transtornos graves, como a depressão, doença que quando não tratada pode levar ao óbito”, alerta Ana Paula. Portanto, o melhor caminho é buscar informação de qualidade, conscientizar a população e oferecer atendimento acessível. “Com a liberação da telemedicina pelo Conselho Federal de Medicina, todos podem buscar atendimento sem sair de casa para minimizar os impactos desse momento. A saúde mental precisa de medidas de prevenção contra doenças tanto quanto a saúde física”, ressalta.

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