(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Pandemia pode agravar osteoporose. Saiba o porquê!

Doença é mais comum em idosos e, com o distanciamento social, acidentes domésticos podem agravar patologia


postado em 03/07/2020 04:00

A osteoporose afeta uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens. De acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF), a doença é responsável por uma fratura a cada três segundos em todo o mundo. E essa realidade pode ficar mais grave com a pandemia, especialmente em países da América Latina, onde o número de idosos vem aumentando com o envelhecimento da população. Com o distanciamento social, acidentes domésticos e diminuição no ritmo do acompanhamento médico podem agravar a situação da patologia. Antes mesmo do coronavírus, estudo conduzido pela consultoria americana Cornestone Research Group, apoiado pela Amgen, uma das maiores empresas de biotecnologia, estimou que o custo da osteoporose na América Latina em 2018 chegou ao total de US$ 1,17 bilhão, ou seja, cerca de R$ 5 bilhões, sendo que no Brasil esse gasto gira em torno de US$ 310 milhões, ultrapassando mais de R$ 1 bilhão. Em cinco anos, esses gastos devem subir para US$ 6,25 bilhões, aproximadamente R$ 20 bilhões.

Os dados foram publicados pelo Journal of Medical Economics e são uma projeção, com base no envelhecimento da população e o aumento da incidência da doença no Brasil, Argentina, Colômbia e México. Com a falta de prevenção à doença nessa região, a expectativa é de que ocorram cerca de 4,5 milhões de fraturas nesses países. "Um ponto importante é que pacientes não reconhecem a osteoporose como uma doença crônica e acabam tendo fraturas sem obter o diagnóstico e sem acompanhamento adequado, onerando todos os sistemas de saúde. Neste momento de COVID-19, estamos enfrentando uma realidade ainda mais alarmante porque o grupo de risco que está em casa pode se fraturar sem ter conhecimento da patologia ou até mesmo aqueles que já têm o diagnóstico deixar de seguir as recomendações médicas por medo ou dúvida", afirma Ben-Hur Albergaria, ginecologista e vice-presidente da Comissão Nacional de Osteoporose da Febrasgo.

O especialista aponta que é fundamental que os pacientes com o diagnóstico de osteoporose, assim como o grupo de risco, como a população acima de 50 anos, tomem cuidados simples, como deixar os ambientes da casa livres de obstáculos para evitar quedas; guardar os tapetes que podem deslizar; não deixar nada espalhado pelo chão e manter os cômodos bem iluminados. Além disso, manter uma rotina com exercícios simples é importante, pois movimentar o corpo ajuda a manter a massa óssea e a fortalecer a musculatura, o que evita quedas, sobretudo em idosos.

Porém, em casos de extrema necessidade, o indivíduo não pode deixar de ir ao médico, já que fraturas de quadril continuam sendo trágicas, com mortalidade de 20% em um ano, e são uma das principais causas de morbidade e perda de independência funcional dos mais velhos. "Embora a telemedicina esteja em alta e oferecendo novas oportunidades, é imprescindível que o paciente permaneça em contato com seu médico e não interrompa o tratamento prescrito para manter os cuidados com a saúde óssea. Caso contrário, isso pode comprometer a qualidade de vida, trazendo complicações graves como restrições de mobilidade".

Com a doença negligenciada, pacientes com fraturas teriam múltiplas consequências sociais e econômicas junto ao sistema de saúde. De acordo com o estudo da Cornestone Research Group, no Brasil, parte dos custos é atribuída à perda de produtividade da população, além dos custos com hospitalização. O custo médio gasto por mil pessoas em risco nos quatro países latino-americanos foi de US$ 15.906, sendo que, ao ajustar a população em risco, o Brasil tem um custo de US$ 6.130 por pessoa, aproximadamente R$ 25 mil.

A maioria dos casos de osteoporose só são diagnosticados depois da primeira fratura. "Portanto, após os 50 anos, fazer o acompanhamento da saúde óssea através da densitometria e manter esse diálogo médico-paciente é importante para evitar agravamento da doença e fraturas, mas,  enquanto as pessoas não puderem realizar o exame de densitometria óssea por conta do isolamento social, existe uma solução para identificar o risco da fratura", explica o especialista. A alternativa para a classe médica obter o diagnóstico rápido da osteoporose, sendo via telemedicina ou dentro de um consultório, é aplicação da metodologia Frax (Ferramenta de Avaliação do Risco de Fratura), que estima a probabilidade de sofrer com ossos quebrados nos próximos 10 anos. A Frax é a ferramenta mais utilizada para o diagnóstico de osteoporose, pois preenche a lacuna de acesso à densitometria óssea, que não está amplamente disponível no Brasil. A metodologia tem potencial não apenas de identificar o risco de fratura osteoporótica como indicar um tratamento específico para cada paciente.

Entretanto, para o grupo que tem interesse em conhecer mais sobre a sua saúde óssea sem sair de casa neste período de pandemia, a IOF, entidade referência no tema, desenvolveu um teste que avalia os principais fatores de risco da doença gratuitamente e que está disponível em vários idiomas, inclusive português. "O objetivo dessa ferramenta é ampliar conscientização sobre a doença e também facilitar o conhecimento dos fatores de risco que vão além do envelhecimento. Não é válido como diagnóstico, mas é uma oportunidade de o paciente reconhecer seu risco e buscar ajuda médica antes da fratura", explica o especialista.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)