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Mulheres maduras usando shortinho? Falta senso crítico.

Não está no gibi o que vemos na rua nos dias atuais: mulheres que não têm espelho em casa e usam bermudas curtas, com as pelancas todas de fora


postado em 17/01/2020 04:00

Submeter-se ao peso da idade não é uma boa solução. “Entregar a rapadura” quando ainda é possível fazer muita coisa é ceder a uma tradição que não tem nada a ver com os tempos atuais. Procuro sempre vencer a folhinha, não me entrego à passagem dos anos, mas é claro que o corpo cobra essa valentia. Nos dias atuais, quando vou me levantar da mesa de refeições, me lembro de minha mãe, que se firmava na sua borda para ficar de pé. Algumas vezes esse costume dava confusão, como no dia em que ela foi almoçar no restaurante Alfredo, de Roma, e revirou a mesa ao se levantar. Sorte é que o salão não estava muito cheio, consolo para ela, que não gostou do que comeu, comentou que o macarrão que sua cozinheira fazia era bem melhor. Sei o que é isso, porque perder a força no joelho que ajuda a firmar o pé para levantar faz parte da falta de exercícios provocada pela preguiça da idade. Vou enfrentando a deficiência como posso e todo santo dia penso que devo tomar vergonha na cara e enfrentar um pouco de exercício para melhorar.

Mas o corpo não é tudo, pior é a cabeça. Quando circulo em locais diferenciados, fico pensando como seria minha cabeça há 40 anos. Será que eu olharia o que vejo o tempo todo em todos os ambientes com o mesmo horror? O que vemos na rua, nos dias atuais, de mulheres que não têm espelho em casa ou nenhum senso crítico e saem usando shortinhos ou bermudas, com as pelancas todas de fora, não está no gibi. Não consigo avaliar, pior, não consigo entender o que elas pensam. Cuidar para não mostrar o corpo maltratado pela idade sempre foi uma posição de importância das mulheres em todo o mundo. Já nem acho mais tenebroso os braços de fora, com roupas de alcinha, e sempre com a do sutiã também de fora, que foi considerado como falta de respeito próprio, porque elas precisam combater o calor.

Mas nos dias de hoje, em que as túnicas longas, de algodão fresquinho, cobrem as pernas com mais conforto, qual a razão de usar shorts? E como é que conseguem sair desse jeito pavoroso ao lado dos maridos? Será que eles não reparam ou não se importam mais? Nos tempos atuais, vale tudo em matéria de vestuário, mas um princípio básico continua valendo sempre: procurar vestir-se com bom senso. Outro dia, vi uma velha chegando a um restaurante conhecido usando shortinhos que seriam considerados exagerados até para sua neta. Mas ela estava impassível. Não deve ser qualquer uma, por causa do endereço que escolheu para se alimentar. Fico pensando se terá espelho em casa – ou não se importa de expor aquele festival de pelancas para quem não tem nada com isso.

Anos vividos em ambientes de vários círculos me deram ao longa vida um senso crítico que, eventualmente, pode ser até exagerado. Mas aprendi desde cedo que a idade impõe algumas restrições que são em favor de quem as segue, e não existem para sufocar ninguém. É claro que as tendências da moda estão aí, oferecendo as eternas “modetes”, opções de todas as variedades. As fanáticas podem se destacar usando as últimas novidades – respeitando a idade e o estado do corpo. Esse sim, que não se deixa vencer por cirurgia plástica a partir de certa idade.

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