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Bebidas alcoólicas e o risco de câncer

"Este estudo envolveu uma análise de dados de 4,5 milhões de indivíduos que eram beneficiários adultos do Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia"


09/10/2022 08:30 - atualizado 23/10/2022 09:50

Ilustração

 
O álcool é um importante fator de risco evitável para o câncer.  Estima-se que pelo menos 5% dos novos casos anuais de câncer no mundo estejam relacionados ao consumo frequente de bebidas alcoólicas. Entretanto, estudos mais recentes demonstram  que a redução da ingestão de álcool proporcionalmente diminui  o risco de desenvolvimento de um câncer relacionado ao álcool.

As descobertas, que vêm de um grande estudo de base populacional realizado na Coreia e publicado recentemente na prestigiada revista médica JAMA Network Open, ressaltam a importância de incentivar os indivíduos a parar de beber ou reduzir o consumo de álcool para ajudar a reduzir o risco de câncer. 
 
Segundo os resultados do estudo, o risco de câncer pode ser significativamente alterado mudando a quantidade de bebidas alco- ólicas consumidas. Uma  associação dose-resposta foi relatada, com maiores riscos observados entre pessoas que bebem três bebidas alcoólicas por dia ou mais. 

O novo estudo demonstra que uma redução no uso foi associada a um risco menor, principalmente entre os participantes que começaram a beber em um nível mais intenso. 
 
O número de cânceres causados pelo consumo de álcool pode ser muito maior para alguns tipos de câncer específicos. Esse mesmo estudo identificou  que o álcool é responsável por 45% dos cânceres de cavidade oral/faringe e 25% dos cânceres de laringe, bem como 12,1% dos cânceres de mama femininos, 11,1% dos cânceres colorretais, 10,5% dos cânceres de fígado e 7,7% de cânceres de esôfago. 

Novas descobertas sobre a redução da ingestão


Esse estudo envolveu uma análise de dados de 4,5 milhões de indivíduos que eram beneficiários adultos do Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia. A idade média dos participantes foi de 53,6 anos, e eles foram submetidos a uma triagem nacional de saúde em 2009 e 2011. Durante o acompanhamento médio de 6,4 anos, a taxa de incidência de câncer foi de 7,7 por 1.000 pessoas/ano.
 
As informações sobre o consumo de álcool foram coletadas a partir de questionários autoaplicáveis preenchidos durante as triagens de saúde.  Os participantes foram categorizados com base no consumo de álcool: nenhum (0g/d), leve (<15g/d), moderado (15-29,9g/d) e pesado (30g/d ou mais). 
 
Comparados com aqueles que mantiveram seu nível de consumo de álcool durante o período do estudo, aqueles que aumentaram seu nível tiveram maior risco de câncer relacionado ao álcool, identificaram os pesquisadores.
 
O aumento na incidência de câncer relacionado ao álcool foi dependente da dose: aqueles que mudaram de não beber para beber leve, moderado ou pesado estavam em risco cada vez maior de câncer relacionado ao álcool em comparação com aqueles que permaneceram não bebedores. 
 
Os participantes que bebiam quantidades leves no início do estudo e que pararam de beber estavam em menor risco de câncer relacionado ao álcool em comparação com aqueles cujo nível de consumo foi sustentado. Aqueles com níveis moderados ou pesados de consumo de álcool que pararam de beber estavam em maior risco geral de câncer do que aqueles que mantiveram seus níveis de consumo. No entanto, essa diferença foi negada quando o abandono foi sustentado, observam os autores.
 
 Para bebedores pesados que reduziram seus níveis de consumo, a incidência de câncer foi reduzida, em comparação com aqueles que sustentaram níveis elevados de consumo.  Isso foi verdadeiro para aqueles que mudaram de beber pesado para moderado. 

Implicações e direções futuras


Os editorialistas do estudo observam que o estudo é limitado por vários fatores, como intervalo curto entre as avaliações e segmento relativamente curto. Também não há informações sobre o consumo de álcool dos participantes no início da vida ou sobre outras mudanças no estilo de vida saudável durante o período do estudo.  
 
Além disso, não há menção de uma variante genética afetando a aldeído desidrogenase, que leva ao rubor induzido pelo álcool, que é comum entre os asiáticos orientais. Apesar dessas limitações, o estudo fornece novas descobertas importantes sobre o papel potencial das mudanças no consumo de álcool no risco de câncer. Estudos futuros devem examinar a associação entre o consumo de álcool e o risco de câncer em outras populações e usar intervalos mais longos entre as avaliações.

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