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Estado de Minas COLUNA

Mês de combate às drogas e ao alcoolismo

Dados de consumo de álcool e cigarro são alarmantes e repercutem na incidência e mortalidade por câncer e outras doenças


28/02/2021 04:00 - atualizado 26/02/2021 11:17


O abuso de bebidas alcoólicas e do tabaco constitui um importante fator de desenvolvimento de doenças que levam milhões de pessoas a óbito, além de resultar em déficits econômicos para os governos e para o próprio indivíduo. Repercutindo as nocivas consequências desses hábitos, o mês de fevereiro teve duas datas para conscientização: 20/2 – Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo; e 18/2 – Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo.

Apesar de a tendência nacional, conforme indicam os números, ser de queda do hábito do tabagismo, no Brasil, aproximadamente 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência da nicotina, chegando a 156.216 mortes anuais, indicam os dados do estudo Carga de doença atribuível ao uso do tabaco no Brasil. Das mortes anuais, 50.413 são por câncer (23.762 no pulmão e 26.651 de outros tipos). Tumores de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; leucemia mieloide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter também estão associados ao uso da nicotina.

No caso do alcoolismo, segundo informações da Organização Pan-americana da Saúde, o hábito pode ocasionar pelo menos 200 tipos de lesões e doenças, o que leva a pelo menos 3 milhões de mortes por ano. Dados da Sociedade Americana de Oncologia Clínica mostram que até 5% dos novos casos anuais de câncer no mundo estão relacionados ao consumo frequente de bebidas alcoólicas. Um estudo publicado na revista Cancer é ainda mais alarmante: o consumo diário de uma taça e meia de vinho (177ml), uma lata e meia de cerveja (500ml) ou menos de um copo de uísque (35ml) durante 10 anos aumenta o risco de câncer em 5%. Após 40 anos, o risco de desenvolver a doença aumenta em 54%.

Somente nos EUA, em média, o consumo de álcool é responsável por 4,8% dos casos de câncer e 3,2% das mortes por câncer, conforme demonstrou estudo publicado na Cancer Epidemiology. Quando analisado o efeito do consumo de álcool em tipos específicos de câncer, a proporção foi ainda maior: 12,1% dos cânceres de mama femininos, 11,1% dos cânceres colorretais, 10,5% do fígado e 7,7% dos cânceres de esôfago. Além disso, em 46 estados, o álcool foi responsável por aproximadamente 45% dos diagnósticos de cavidade oral/faríngea e 25% dos diagnósticos de câncer de laringe.

O efeito carcinogênico é ainda pior quando o mesmo indivíduo é consumidor de bebidas alcoólicas e de cigarros. O álcool atua como solvente, favorecendo a entrada de substâncias carcinogênicas nas células, especialmente, as substâncias provenientes do tabaco. É o que chamamos de cocarcinógeno. Nesse caso, o maior risco relaciona-se ao câncer de pulmão, tipo de tumor que, em 2018, tinha a maior taxa de mortalidade em homens brasileiros (16.371 óbitos) e a segunda entre mulheres (12.346 óbitos), indicam os dados do Instituto Nacional do Câncer – Inca.

No Brasil, o consumo de bebidas alcoólicas aumenta a cada década. Dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, apontam que 17,9% da população adulta no Brasil faz uso abusivo desse tipo de bebida. O percentual é 14,7% a mais do que o registrado no país em 2006. Mesmo com o percentual menor, as mulheres (11%) apresentaram maior crescimento em relação aos homens (26%) no período de 2006 a 2018. Em 2006, o percentual entre as mulheres era de 7,7%, e entre os homens, 24,8%.

Esses são dados alarmantes, que infelizmente não estão sendo levados a sério pela população. As pessoas estão bebendo mais e bebendo bebidas mais pesadas. Vemos que esse hábito está sendo adotado inclusive pela população feminina.

Em momentos de crise globalizada, como o da pandemia, o consumo de drogas em geral tende a ser maior. Contudo, meu apelo é que a população busque outras formas de reduzir a natural angústia presente nesse cenário, formas que sejam benéficas em longo prazo, que promovam a saúde, o fortalecimento físico, mental e emocional. Nossa saúde vale muito. Não podemos abrir espaço para que doenças se instalem. A prevenção depende de cada um.

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