Ciclones extratropicais: o que são e por que se formam no Brasil
Entenda as características desse fenômeno climático, sua diferença para furacões e como ele pode afetar o tempo em todo o país
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A formação de ciclones extratropicais, fenômeno relativamente comum na costa brasileira, preocupa o país neste fim de 2025. Eles são os principais responsáveis por impulsionar frentes frias inesperadas para esta época do ano, que provocam chuva e queda de temperatura, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país.
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Um ciclone extratropical é, de forma simplificada, uma grande área de baixa pressão atmosférica que se forma fora das regiões tropicais. Seu nascimento ocorre a partir do choque entre uma massa de ar frio, vinda dos polos, e uma massa de ar quente, de origem tropical.
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Esse contraste de temperatura e umidade alimenta o sistema, que começa a girar no sentido horário no Hemisfério Sul. A intensidade dos ventos e da chuva associados a ele depende diretamente da força desse contraste inicial.
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"O nome é associado a coisas muito graves, mas é um fenômeno que acontece bem frequentemente no Sul e no Sudeste do Brasil", aponta o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Lizandro Gemiacki.
No Brasil, a principal consequência da passagem de um ciclone extratropical é a formação de frentes frias. Ao se deslocar pelo oceano, o sistema empurra o ar frio polar para o continente, alterando as condições do tempo em uma vasta área.
Isso resulta em aumento da nebulosidade, chuvas que podem ser intensas e ventos fortes. A queda de temperatura costuma ser sentida principalmente nos estados do Sul e do Sudeste. No litoral, a atuação do ciclone também pode causar ressacas, com ondas grandes e agitação marítima.
"Estamos na estação chuvosa, então é uma condição bem típica essa formação de ciclones no Sul que se deslocam para o oceano e formam áreas de estabilidade que cruzam o Brasil central", afirma Gemiacki.
Qual a diferença para um furacão?
Embora ambos sejam ciclones, ou seja, sistemas de baixa pressão com ventos giratórios, suas características são bem distintas. É importante não confundir um ciclone extratropical, comum na costa brasileira, com um furacão, que é um tipo de ciclone tropical raro por aqui.
As principais diferenças são:
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Origem: ciclones extratropicais nascem do encontro de massas de ar com temperaturas diferentes. Furacões, tufões ou ciclones tropicais se formam sobre águas oceânicas quentes, geralmente acima de 26,5 °C.
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Estrutura: um sistema extratropical é assimétrico e possui frentes fria e quente bem definidas. Já o furacão é simétrico e conhecido por ter um "olho" calmo em seu centro, uma área de baixa pressão e sem nuvens.
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Fonte de energia: a energia do ciclone extratropical vem do contraste térmico entre as massas de ar. A do furacão, por sua vez, vem do calor e da umidade liberados pela superfície do mar.
Esses ciclones são fenômenos comuns na atmosfera, especialmente durante o outono e o inverno, mas sua ocorrência não se limita a essas estações, podendo se formar em qualquer época do ano.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
*Com informações de Rafael Silva