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Estado de Minas

Debate na TV Alterosa acirra briga entre Kalil e João Leite pela PBH

Em clima tenso, os candidatos trocaram acusações sobre Previdência, supersalários e citações nas operação Lava-Jato e Acrônimo


postado em 26/10/2016 00:34 / atualizado em 26/10/2016 19:48

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )

Os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte tiveram um duro confronto na noite dessa terça-feira no debate da TV Alterosa. Com três blocos de perguntas livres, o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil (PHS) e o deputado estadual João Leite (PSDB) passaram a maior parte do tempo se acusando, repetindo o clima tenso que já vinha de outros encontros. Entraram em pauta temas como a dívida da Previdência, as operações Lava-Jato e Acrônimo e os supersalários da Assembleia Legislativa.

Confira o debate dos candidatos à PBH na iíntegra:


Já na primeira pergunta, o candidato João Leite disse ser a voz de Adriana Madureira, uma ex-funcionária de Kalil, que, segundo o tucano, estaria sem receber do empresário. Ela estava no estúdio como convidada da campanha do PSDB. Kalil pediu que ela levantasse a mão e não a reconheceu, respondendo que ela nunca foi funcionária dele. "Nunca conversei nem três palavras com ela, mas deve ter custado um pouco mais caro que o Geraldo", respondeu Kalil.

João Leite continuou, dizendo que vai denunciar Kalil ao Ministério Público por crimes "ocultação de patrimônio, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro". O candidato do PSDB afirmou ainda que outros antigos funcionários do ex-presidente do Atlético o estão procurando. "Se fôssemos atender todo mundo que está nos procurando, teríamos de ir para a virada da Alterosa", afirmou. Alexandre Kalil afirmou que João Leite vai mudar de nome para João Tibé (em referência ao ex-candidato do PTdoB, Luís Tibé) e disse que o oponente sempre cuidou de bandido. Em seguida, disse que queria falar de proposta. "Quero te tirar da fila, quero tratar de você. A Justiça está aí, pode encaminhar o que quiser", afirmou.

Na sua vez de perguntar, Kalil questionou João Leite sobre qual seria sua proposta para as vilas e aglomerados, que, segundo ele, o tucano parece não conhecer. O candidato do PSDB aproveitou a resposta para mais uma provocação. "Conheço sim, estou conhecendo pessoas que trabalharam pra você e não tem direito sequer a aposentadoria", disse.

Na sequência, João Leite disse tratará das moradias e quetem um grande programa para as áreas de risco. "Vamos regularizar aqueles locais que forem possível", disse. Já Kalil disse que a Urbel, que poderia cuidar do problema das moradias, está abandonada. "Temos que reativar a Urbel e tirar as pessoas da área de risco, isso é vida, isso não pode esperar", afirmou. João Leite disse que o órgão está ocupado por indicados do vice de Kalil, Paulo Lamac (Rede). E voltou a atacar, dizendo que o "jeito novo" é não maltratar o trabalhador. "Não dá para fazer o que você fez nas empresas em BH", disse.

Segundo bloco


No segundo bloco, os candidatos formularam perguntas sobre temas específicos, como mobilidade urbana, despoluição da Pampulha, cracolândia e redução da máquina pública. Kalil questionou João Leite sobre a proposta de sua campanha de instalar um bonde no Hipercentro de BH. "Um bonde subindo a Rua da Bahia, a Tamoios, em uma região já muito caótica, vai fazer o trânsito melhorar?, perguntou o empresário. João Leite afirmou que sua proposta busca desenvolver a atração turística na Região Central, mas que o bonde não seria usado em dias de semana. "Temos nossos sítios históricos que precisam ser valorizados. Os bondes funcionariam nos finais de semana" respondeu o tucano.

Sobre a despoluição da Pampulha, João Leite afirmou que já conseguiu R$ 140 milhões para as obras e que pretende negociar com a Prefeitura de Contagem para impedir que o esgoto continue sendo despejado na lagoa. Kalil rebateu dizendo que, se a PBH já tem recurso e não usou ainda, seria uma vergonha para o prefeito Marcio Lacerda. "Alguém acredita que a prefeitura tem R$ 140 milhões na mão? Então porque não usou até hoje?", questionou.

O tema mais polêmico foi sobre a redução da máquina pública de Belo Horizonte. Kalil afirmou que a PBH tem hoje 4 mil vagas "destinadas aos amigos e políticos de vereadores" e que "vai demitir todos assim que assumir a prefeitura". "Esses cargos entregues para políticos custam por ano R$ 180 milhões para a nossa cidade. Isso precisa acabar", disse Kalil. João Leite afirmou que será preciso fazer um diagnóstico sobre as áreas que precisam ser reduzidas e que "Kalil quebrou suas empresas e não tem condições de fazer uma boa gestão". "Precisamos saber quais áreas podem ser reduzidas. O candidato, que faliu suas empresas não sabe fazer isso", afirmou João Leite.

Terceiro bloco


O terceiro bloco esquentou com trocas de acusações entre os candidatos. João Leite começou dizendo que Kalil foi condenado a três anos e nove meses de prisão por colocar no bolso dinheiro da Previdência de funcionários e questionou por que o empresário colocou R$ 2,2 milhões em sua campanha e não os pagou. Kalil respondeu que João Leite fez nove campanhas e que ele está em sua primeira. Disse ainda ter vendido um imóvel para investir esse dinheiro na eleição. Kalil também citou o fato de o adversário ter uma casa em Orlando (EUA). "Ele tem casa em condomínio fechado e o vizinho da direita é o Mickey e o da esquerda é o Pluto, porque é em Orlando", afirmou.

João Leite disse que, além do eleitor, o pai de Kalil sabia quem é ele, pois trabalhou 17 anos no Atlético e Elias Kalil não quis vendê-lo. Já o candidato do PHS desafiou João Leite a publicar a carteira de trabalho da funcionária que ele trouxe na plateia para provar que era contratada dele. "Chega de farsa", bradou. Kalil disse ainda que João Leite conhece mesmo o pai dele, pois foi ao escritório dele pedir dinheiro para casar. "Não queria levar isso para o debate, mas ele é pidão, foi ao meu pai pedir dinheiro para casar", disse.

Na sua vez, Kalil perguntou sobre o hospital Risoleta Neves. O tucano homenageou vereadores e deputados eleitos e disse que o governo do PSDB colocou dinheiro no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII. Kalil afirmou que a prefeitura precisa assumir a gestão administrativa do Risoleta para que o hospital tenha um comando único.

O tucano disse que pretende fazer projetos de reforma popular para as vilas e favelas e questionou o adversário sobre o assunto. Kalil elogiou. Foi a deixa para o tucano criticá-lo novamente. "Que bom que você colocou no seu programa de governo, copiou nossa proposta", disse Leite. "Tava indo bem até a placa solar, nós temos é que levar esgoto pra sua rua, ninguém vai colocar placa solar em um barracão de ocupação. Vamos tentar levar água, luz, condição humana mínima para você, isso é realidade", respondeu o ex-presidente do Atlético.

Kalil disse a João Leite que Aécio viria do Rio para tentar salvar a campanha dele e perguntou se, na condição de investigado, o povo mineiro iria recebê-lo bem. João Leite saiu em defesa do padrinho político. "O senador Aécio tem várias menções e citações na esgotosfera, mas não tem nada de concreto. Diferente de você, que está condenado. Quer falar dele aqui", questionou.

João Leite disse ainda que Aécio vai se defender e lamentou que as pessoas continuem fazendo isso contra ele. Kalil respondeu que não está na esgotosfera. "Não é videozinho não, está sendo investigado na Lava-Jato pelo ministro Teori Zavaski, pelo procurador Janot, por citação na delação do Delcídio", retrucou Kalil. João Leite mais uma vez recorreu à aposentadoria do trabalhador, dizendo que o adversário a colocou no bolso. Na sequência, João Leite citou a Operação Acrônimo que está investigando o governador Pimentel. O candidato tucano disse que o vice de Kalil, deputado Paulo Lamac (PT), teria sido citado na investigação, o que ensejou um direito de resposta. No entervalo, Lamac negou a citação.

Quarto bloco


No último bloco, a troca de acusações esquentou ainda mais o debate. Os dois candidatos tiveram pedidos de respostas aceitos pelos advogados que acompanharam o confronto. Kalil afirmou que não foi condenado "nem está usando tornozeleira" e que são os tucanos que temem novas etapas das investigações da Lava-Jato: "Está saindo uma nova delação sobre a Cidade Administrativa (construída durante o governo Aécio) que vai deixar muita gente deles com medo", disse.

O tucano rebateu acusando Kalil de ser um "cartola que apoiou José Maria Marin", ex-presidente da CBF que está em prisão domiciliar acusado de envolvimento em esquemas de corrupção. "Você elevou a dívida do Atlético, é um cartola amigo de Marin, gente suja que está condenada", afirmou João Leite. Kalil respondeu dizendo que Marin é um mentiroso e que não apoiou o ex-presidente da CBF.

Kalil chamou João Leite de "malandrão" e disso que o tucano tem filho empregado pelo prefeito Lacerda. "Nós não vamos aceitar essa politicagem na prefeitura. Vamos colocar essa corja na rua e fazer a prefeitura funcionar", disse o ex-presidente do Galo. João Leite afirmou que Kalil deve desculpas aos funcionários, citando Adriana Madureira e os ex-funcionários que "não receberam pelo trabalho prestado em suas empresas".


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