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Estado de Minas

Polícias em Minas protestam contra parcelamento de salários fechando rodovia

Principal acesso ao aeroporto de Confins, MG-10 teve o trânsito totalmente interrompido por 40 minutos


postado em 03/03/2016 06:00 / atualizado em 03/03/2016 07:47

Depois de uma carreata desde a Praça da Assembleia, policiais estacionaram carros e ônibus no meio da MG-10, bloqueando os dois lados da rodovia(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Depois de uma carreata desde a Praça da Assembleia, policiais estacionaram carros e ônibus no meio da MG-10, bloqueando os dois lados da rodovia (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)

O escalonamento dos salários dos servidores públicos estaduais levou ontem cerca de 2 mil policiais e bombeiros militares e civis a protestarem contra o governo de Minas Gerais, fechando por 40 minutos todas as pistas da MG-10, em frente à Cidade Administrativa. É a segunda manifestação da categoria, que ameaçou uma paralisação geral dos servidores de segurança pública, caso o governador Fernando Pimentel (PT) não revogue a medida que vem sendo adotada desde janeiro. Eles já marcaram nova mobilização para 1º de abril e também prometem em ir a Ouro Preto no dia 21, quando o ex-presidente do Uruguai José Mujica vai receber a medalha da Inconfidência das mãos do petista.

Os manifestantes chegaram à sede do governo mineiro às 16h50 e bloquearam a MG-10 nos dois sentidos, deixando o trânsito completamente interditado por 40 minutos e causando transtornos para quem seguia em direção ao aeroporto de Confins. Alguns passageiros que ficaram presos no engarrafamento preferiram deixar os ônibus e andar com as bagagens até passar pela barreira formada pelos policiais.

“Os motoristas que estão irritados com o protesto e atrasados para pegar voos em Confins podem ligar para o governador Fernando Pimentel e reclamar com ele. Avisem que não aceitaremos o parcelamento do nosso salário”, afirmou de cima do carro de som Cabo Coelho, um dos organizadores do protesto.

Para não perder o voo no aeroporto de Confins, teve passageiro que cruzou a barreira de policiais a pé(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Para não perder o voo no aeroporto de Confins, teve passageiro que cruzou a barreira de policiais a pé (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Os líderes do protesto que se revezaram no carro de som fizeram ameaças de que o parcelamento dos salários não será aceito pela categoria e poderá trazer transtornos para a população, inclusive com paralisação total dos órgãos de segurança. Segundo disseram, o ato foi realizado com policiais de folga, mas os próximos podem incluir uma greve. “Se o governo não pagar, a polícia vai parar”, gritavam os policiais.

Caravanas

Com motos, carros, ônibus e vans, os policiais partiram da Assembleia Legislativa pouco antes das 15h. Desde meio-dia, veículos de várias regiões do estado começaram a chegar à Assembleia. Havia caravanas de Montes Claros, Passos, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Juiz de Fora e outras cidades, segundo os policiais, contratados pelas oito associações que organizaram a manifestação. Vários vestiam camisas brancas com os dizeres “Pelo 5º dia útil”. Alguns também foram vestidos com as cores da bandeira, que decoraram os carros na hora da carreata.

Durante todo o percurso, acompanhado pela PM fardada, os líderes do movimento diziam ao microfone que o protesto pode aumentar. Eles também pediam apoio da população, dizendo que ali estavam policiais cobrando do governador que não parcele seus salários. “Nós que damos a vida pela sociedade queremos respeito do governador. Estamos pagando juros no cartão de crédito”, bradaram.

Além do pagamento no quinto dia útil, o grupo pediu reposição das perdas com a inflação nos salários. Na lista pedem garantia de direitos conquistados, da aposentadoria aos 30 anos e direitos previdenciários, além da política remuneratória. O escalonamento foi estabelecido em janeiro, segundo o Executivo, por causa da crise econômica pela qual o estado passa. Pela forma adotada, 75% dos servidores que recebem até R$ 3 mil recebem no 5º dia útil. Os demais recebem em duas ou três parcelas, sendo pagas nos dias 5, 12 e 16.

Um dos organizadores do movimento foi o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que é do bloco de oposição a Pimentel na Assembleia. Coube a ele algumas das principais críticas feitas. Rodrigues disse que se o governo tivesse reduzido o número de secretarias e cortado cargos comissionados, estaria pagando os salários em dia.

Também aderiram ao protestos dos policiais alguns integrantes dos movimentos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Brasil Livre e Avança Brasil. Às 17h30 o trânsito foi liberado na MG-010, mas os reflexos da paralisação foram sentidos até o início da noite nas avenidas Cristiano Machado, Pedro I e Antonio Carlos.

O governador Pimentel não estava na sede do governo mineiro durante o protesto. Na tarde de ontem ele foi a Brasília para assinar acordo entre União, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e a Samarco para ações de recuperação da bacia do Rio Doce e das áreas atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Por meio da assessoria de imprensa, o governo de Minas informou que “as propostas da categoria serão devidamente avaliadas tão logo forem formalmente apresentadas ao governo do estado”.


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