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Estado de Minas

Planalto revê convite aos governadores após ameaça de boicote

Dilma pretende restringir apenas aos aliados do Nordeste o encontro de quinta-feira com governadores, após críticas da oposição contra o evento por ser uma defesa das pedaladas


postado em 28/07/2015 06:00 / atualizado em 28/07/2015 07:10

Ministros Padilha e Kassab após reunião com a presidente Dilma: mudança de rumos (foto: José Cruz/Agência Brasil)
Ministros Padilha e Kassab após reunião com a presidente Dilma: mudança de rumos (foto: José Cruz/Agência Brasil)
Brasília – A péssima fase do governo federal é tamanha que até mesmo agendas positivas dão errado e obrigam o Planalto a apagar incêndios provocados por ele próprio. Três dias depois de confirmar um encontro com todos os governadores para discutir saídas para a crise econômica, a presidente Dilma Rousseff deve ser obrigada a fazer uma reunião menor, com a presença apenas dos aliados do Nordeste. Irritados com a possibilidade de serem usados como discurso em prol da governabilidade e como uma defesa às pedaladas fiscais, chefes do Executivo estadual, como Geraldo Alckmin, de São Paulo, ameaçam boicotar o encontro.

No mesmo instante em que ministros palacianos davam uma entrevista sobre a reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ironizava o governo na sede do partido em Brasília, dizendo que ele consegue agir melhor para atrapalhar a si próprio do que a oposição. “É um discurso completamente contraditório. Se o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, afirma esperar um julgamento técnico, por que pedir apoio político aos governadores? Isso não faz o menor sentido”, cobrou ele.

Aécio repetiu que o governo cometeu um crime que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal e que não é certo querer que os governadores deem guarida a isso. “Participar de reuniões administrativas sobre a pauta comum de interesse da União e dos estados é algo mais do que natural, eu mesmo participei de diversas quando era governador de Minas e Lula era presidente. É algo absolutamente republicano. Mas não queiram envolver a oposição em outras questões. Como disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não devemos salvar o que não deve ser salvo”, resumiu Aécio.

O assunto também apareceu na reunião de coordenação política de manhã. Marcada com o objetivo de afinar a agenda para o evento marcado originalmente para a próxima quinta-feira, enfatizando os projetos de repatriação de recursos do exterior e de unificação da alíquota de ICMS, o encontro acabou criando uma saia-justa. Um dos ministros presentes confirmou que já recebera sinais de governadores, especialmente os da oposição, dizendo que não concordavam em participar de uma foto “para melhorar a imagem da presidente Dilma Rousseff”.

AVALIAÇÃO Geraldo Alckmin aproveitará um evento nesta terça-feira em São Paulo com a presença de produtores avícolas para organizar um almoço com governadores, provavelmente das regiões Sul e Sudeste. A ideia é discutir um pouco a situação econômica do país. Oficialmente, ainda não há sinais de que Alckmin boicotará um eventual encontro de governadores na próxima quinta-feira. Mas um dos tucanos mais próximos a ele, o secretário de Transportes de São Paulo, Duarte Nogueira, deu a tônica do que o PSDB espera da reunião. “Nossa expectativa é de uma discussão madura para que possamos sair da armadilha da falta de investimentos. Não esperamos que a presidente Dilma peça nossa ajuda para resolver um problema do qual ela tem todas as condições de sair sozinha”, completou Nogueira. Mais cedo, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, admitiu que exista uma coincidência de interesses entre o Palácio do Planalto e os 27 governadores. “Eles fizeram reuniões regionais para trazer ao governo central a preocupação com a governabilidade. Essa é a preocupação principal do Poder Executivo, então há uma coincidência de interesses”, declarou.

Para ele, a reunião é bastante oportuna e supera qualquer tipo de divergência partidária. “O tema é de interesse da nação, que deseja ver o Brasil andar novamente no sentido do crescimento, aumento na geração de emprego, renda, redução das dificuldades da população. Tudo isso está acima de qualquer diferença entre partidos”, observou. Padilha, contudo, disse que ainda não há um formato definido para o encontro, que poderá ser dividido por regiões ou então ser realizado em plenária única. “Talvez seja necessário seccionar, porque os interesses regionais são parecidos. Isso é algo que a Presidência ainda está avaliando.”

No início da noite, o vice-presidente Michel Temer afirmou que ainda é intenção da presidente fazer a reunião geral, sem ser regionalizada. Mas reconheceu que ainda precisam ser feitas algumas avaliações sobre essa viabilidade. “Creio que esse assunto evoluirá melhor ao longo do dia”, admitiu ele.

Enquanto isso...

...Presidente grava vídeos


A presidente Dilma Rousseff gravou, no sábado, cinco vídeos, com duração entre 30 segundos e um minuto, que serão divulgados nas redes sociais a partir desta semana. Em um deles, ela aborda a crise política e econômica, defendendo que o momento é uma travessia para dias melhores. Em outro, fala da autonomia e solidez das instituições e, demonstrando preocupação com acirramento de posições, em uma das mensagens ela condena a intolerância. A quase um ano dos Jogos Olímpicos do Rio, Dilma faz um chamamento à população para o evento. Também gravou mensagem sobre o plano de incentivo às exportações, lançado no mês passado. Os vídeos foram coordenados pelo marqueteiro João Santana, no Palácio da Alvorada.

 


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