O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu na noite desta terça-feira (3/3), a abertura de 28 inquéritos contra 54 pessoas envolvidas na Operação Lava-Jato, que apura corrupção na Petrobras. No grupo, há políticos com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF), como deputados, senadores e ministros, mas também pessoas sem direito a julgamento na corte máxima brasileira. Janot também pediu ao tribunal o arquivamento de sete casos analisados pelo Ministério Publico. Os pedidos foram protocolados e chegaram ao gabinete do ministro Teori Zavaski.
O ministro relator do caso na corte, Teori Zavascki, pretende tirar os sigilo dos procedimentos de investigação do Ministério Público, mas vai analisar cada caso separadamente. A ideia é manter em segredo diligências como pedidos de quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico e de comunicações pela internet, além da íntegra dos depoimentos em delação premiada.
Fontes das bancadas do PMDB na Câmara dos Deputados e no Senado Federal revelaram que os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teriam sido informados, pelo vice-presidente Michel Temer, na última sexta-feira, 27, sobre a inclusão de seus nomes na lista dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato.
Temer nega. Na tarde desta terça-feira, ele informou, por meio de sua assessoria, que não recebeu nenhum dos nomes da lista. Segundo a assessoria do vice-presidente, como Temer não foi comunicado de nenhum nome, não teria condições de repassar a informação para qualquer pessoa.
O vice-presidente recebeu Janot em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu, na manhã de quinta-feira, em agenda que só foi divulgada posteriormente. Na ocasião, foi divulgado que a reunião teve como assunto questões orçamentárias do Ministério Público Federal.
Com informações de Eduardo Militão e Agência Estado