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Estado de Minas

Candidatos à Presidência da República estão sem propostas para país voltar a crescer

PSDB faz em BH nesta segunda-feira mais um evento da campanha antecipada


postado em 25/02/2013 06:00 / atualizado em 25/02/2013 07:55

Paulo de Tarso Lyra

Brasília
– Os embates entre PT e PSDB na última semana mostraram que os prováveis rivais na eleição presidencial de 2014 duelam, até o momento, entre a “paternidade do povo” e a autoria das medidas econômicas. O PSB, aliado do governo mas que ensaia um voo solo com Eduardo Campos no ano que vem, tem dificuldades em apresentar alternativas e Marina Silva, do Rede Sustentabilidade e não expôs qualquer plataforma econômica, apenas a certeza de que o desenvolvimento se dará dentro dos parâmetros da sustentabilidade.

Enquanto isso, diante da dificuldade dos futuros presidenciáveis em unir os dois conceitos (econômico e social), o Produto Interno Bruto (PIB) derrete — nesta sexta-feira deve ser anunciado um resultado pouco melhor do que 1% — , a inflação beira 6% e o câmbio prejudica as empresas exportadoras. Em 2010, o debate econômico e o aprofundamento das propostas para o país foram prejudicados por denúncias de espionagem de candidatos e por um segundo turno dominado pela polêmica sobre o aborto. Até o momento, o cenário segue sombrio.

Analistas ainda esperam as propostas alternativas. Os economistas já apontaram que a estratégia do PT de desonerar produtos para estimular o consumo está saturada devido ao alto nível de endividamento das famílias. O caminho seria uma atenção maior às obras de infraestrutura, ainda emperradas pela timidez e desconfiança da iniciativa privada quanto ao intervencionismo do governo. Já o PSDB esbarra em crescimentos baixos nos anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Além disso, os tucanos não conseguiram se livrar da pecha de privatistas que o PT lhes impôs nas últimas três eleições presidenciais — 2002, 2006 e 2010.

Enquanto ações concretas não são apresentadas, a batalha de palavras é a tônica da antecipação da campanha eleitoral. Na última quarta-feira, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, questionou o tucano Aécio Neves (PSDB-MG), alegando que em meia hora de discurso o provável candidato de oposição em 2014 não havia proferido as palavras povo, gente e pessoa. O aparte não foi descontextualizado. Lindbergh está sob a tutela do marqueteiro João Santana e sabia que o evento de celebração dos 10 anos do PT à frente do governo federal naquela noite seria “do povo, pelo povo e para o povo”.

Secretário de Organização do PT, Paulo Frateschi acusou os tucanos de apontar erros e problemas onde eles não existem. Uma das críticas de Aécio, por exemplo, foi em relação à ausência do câmbio flutuante, utilizado pela equipe econômica como uma maneira de controlar a inflação. “Todos os países regulam o câmbio em momentos de crise, por que não podemos fazer o mesmo?”, questionou Frateschi.

Outra reclamação da oposição apontada por Frateschi é o baixo crescimento do PIB em 2012, que deve superar pouco 1%. “Os Estados Unidos estão se recuperando, mas a Europa ainda está afundada na crise. Nossos parâmetros de crescimento nos próximos anos devem ser esses mesmo, 2%, 2,5%. Muito longe da recessão que afeta outros países”, defendeu o secretário de Organização do PT.

Ele afirma que a oposição se esconde atrás do debate econômico — “inventando muitas vezes coisas como o risco de um racionamento de energia” — porque não consegue ter uma ligação direta com o povo e não apresentou, nos tempos em que esteve no poder, propostas ou projetos que permitissem a inclusão social dos pobres. “Nessa área não dá para concorrer com o PT, nós damos um show neles”, apostou Frateschi.

Adaptações


O secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro, nega que o discurso de Aécio Neves na última quarta-feira — no qual apontou “13 fracassos” do governo do PT, a maior parte deles na área econômica — esteja desconectado da realidade. “Claro que precisaremos fazer algumas adaptações durante a campanha eleitoral. Mas estamos diante de um desastre econômico e temos que mostrar isso à população”, ressaltou.

Para Castro, o PSDB não pode se concentrar apenas no debate econômico. “Quando chegar o horário eleitoral, não poderemos ficar só falando de juros, de inflação e de economia para os eleitores. Mas precisamos mostrar como isso afeta o dia a dia deles”, lembrou. Logo após o discurso de Aécio, os senadores tucanos Cássio Cunha Lima (PB) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) saíram em defesa do correligionário. “Os petistas, mais uma vez, mostraram a sua incapacidade de ouvir”, afirmou Cássio. “Esse não foi um discurso eleitoral, esse se dará no momento certo. O discurso de Aécio foi um discurso político apropriado para o momento”, completou Aloysio Nunes Ferreira.

Um dos principais defensores da candidatura própria do PSB à presidência em 2014, o deputado federal Júlio Delgado (MG) criticou o anúncio feito pelo governo federal na semana passada de ampliar o valor do Bolsa-Família na tentativa de erradicar os últimos resquícios da miséria extrema do Brasil. “Depois de 10 anos no governo, o êxito seria provado se o PT estivesse diminuindo os recursos do Bolsa-Família, não aumentando a dependência das pessoas”, completou Delgado.


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