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Estado de Minas

Cubanos admitem melhoria de vida após transformações econômicas no país

População já pode abrir e frequentar restaurantes e comprar carros


postado em 31/01/2012 07:32 / atualizado em 31/01/2012 07:38

O taxista Ramon Ramírez com seu Chevy 1952:
O taxista Ramon Ramírez com seu Chevy 1952: "Dinheiro não compra tranquilidade" (foto: Rodrigo Craveiro/EM/DA Press)
Havana – Na direção de um Lada branco emprestado pelo governo, o taxista José Miguel Figueroa, 38, sabe que Havana já não é a mesma. Ele conta que as transformações levadas a cabo pelo governo aqueceram o comércio e permitiram a abertura de empresas, especialmente cafeterias e paladares, como são chamados os restaurantes privados — um fenômeno até há pouco tempo impensável na ilha socialista. "É um bom caminho. Abre-se um pouco mais a economia, porque estamos um tanto atrasados", comenta. A autorização para transferências de veículos foi a novidade que mais surpreendeu o motorista. "Eu pensava que isso nunca poderia acontecer", admite. A ideologia, porém, parece sobreviver: ao lado do Escritório de Interesses dos Estados Unidos, enormes bandeiras cubanas tremulam apontando a direção de Miami. "É uma espécie de monumento de resistência ao imperialismo", resume Figueroa.

Outra evolução importante, segundo o taxista, foi a autorização para que os cubanos se hospedem nos hotéis da ilha, antes quase exclusivos para turistas estrangeiros. Figueroa acredita que a revolução não invalida a abertura. "Na China, existe abertura ao mundo. Cuba está atrasada em relação ao mundo. Raúl busca essa abertura, mantendo a ideologia", acrescenta. Ele lamenta, no entanto, jamais ter conhecido outro país. Para deixar Cuba, o cidadão precisa de dinheiro e de autorização oficial.

No Malecón, o também taxista Ramon Ramírez, 50 anos, sorri ao lado do carro amarelo lustrado. Ele comprou o Chevy modelo 1952 há quase um ano. "Fidel (Castro) era melhor. Fidel é nosso líder. Nossas vidas têm evoluído e vêm se modificando", comenta o homem de chapéu preto e barriga avantajada, ao lado de um colega. Segundo ele, "nenhum dinheiro do mundo" compra "a tranquilidade" do povo cubano. Ramon se referia, principalmente, à sensação de segurança experimentada pela população nas ruas. "No Brasil há violência, não é?", questiona.

Apesar das reformas estruturais – que incluem a demissão de 500 mil trabalhadores estatais, o incentivo à iniciativa privada e a limitação dos mandatos de dirigentes do partido e do Estado a dois períodos de cinco anos –, as bases da Revolução Cubana parecem intactas. Aliás, a capital respira Fidel e Raúl, em frases gravadas nas paredes, grafites nos muros e nas casas, e palavras de ordem.


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