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Estado de Minas

Problema de idioma adia início de trabalhos de médicos estrangeiros em Minas

Dois profissionais com diploma estrangeiro selecionados na primeira etapa do Mais Médicos, em Passos, têm dificuldade em entender a língua portuguesa


postado em 08/10/2013 06:00 / atualizado em 08/10/2013 07:04

No Barreiro, Odete Conceição se consultou, mas reclamou de demora(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
No Barreiro, Odete Conceição se consultou, mas reclamou de demora (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)


Em Passos, no Sul de Minas, dois profissionais com diploma estrangeiro selecionados na primeira etapa do Mais Médicos já têm registros provisórios e estão na cidade há duas semanas. Mesmo assim, a Secretaria de Saúde local decidiu adiar o início do trabalho para segunda-feira. Um dos motivos alegados é que eles precisam aprender mais nomes de medicamentos brasileiros. Segundo a secretaria, um deles, mexicano, ainda tem dificuldade em entender a língua portuguesa. Enquanto isso, alguns dos 42 intercambistas escolhidos para o estado começaram ontem as atividades.

Desde quando chegaram, em 23 de setembro, os dois intercambistas de Passos estão acompanhando o trabalho de colegas de equipes de saúde da família, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Eles receberam seus registros provisórios na quinta-feira e, inicialmente, a ideia é que começassem ontem a atender pacientes. “Eles falaram que já estão aptos a ir para as unidades de saúde, mas decidimos que esta semana eles ainda ficarão observando nossos médicos”, diz a apoiadora da Atenção Primária, Vanessa Queiroz. Um dos intercambistas é mexicano formado em Cuba e a outra, brasileira graduada na Espanha, país onde ambos trabalhavam antes de virem ao Brasil.

“O mexicano ainda tem um pouco de dificuldade com o português, principalmente para compreender a queixa do paciente. precisa treinar mais a língua”, constata Vanessa. Esse não é o único problema, ressalta. “Os dois têm que aprender melhor os nomes dos medicamentos brasileiros e nossos protocolos de atendimento. Por exemplo, no Brasil a mamografia é indicada a mulheres a partir dos 40 anos, segundo os parâmetros do Ministério da Saúde. Na Espanha, eles disseram que é a partir dos 35 anos”, acrescenta.

Em Belo Horizonte, quatro médicos começaram a trabalhar em dois centros de saúde no Barreiro (nos bairros Vale do Jatobá e Lindéia), um na Região Nordeste (Cachoeirinha) e um na Oeste (Cabana), segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Na unidade do Vale do Jatobá, onde assumiu a função argentino Eric Reggiani, graduado em Buenos Aires, pacientes continuam insatisfeitos. Jenifer Lemos, de 20 anos, foi atendida ontem pelo estrangeiro. Ela chegou ao local às 10h, mas só conseguiu se consultar com o médico por volta das 17h. “Eu evito vir para cá. Sempre demora muito para ter atendimento, e hoje foi absurdo. Mesmo com consulta agendada, costumo esperar no mínimo uma hora e meia”, conta.

Também na unidade do Vale do Jatobá, Odete Elvira da Conceição, de 67 anos, não teve a mesma sorte de Jenifer. “Cheguei às 13h e disseram que não tem doutor. Fiquei esperando para medir a pressão, o que só consegui agora. Demorou demais”, reclamou ao sair do centro, por volta das 16h30. Ela disse que sentia muita dor na perna esquerda.


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