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Estado de Minas

Voluntários preparam pronto-socorro para socorrer feridos em protesto em BH

Na manhã de ontem, o grupo se reuniu no Bairro Itapoã e recebeu orientações do professor Giovano Ianotti, da Faculdade de Medicina da Unifenas, que atendeu vítimas no conflito no sábado


postado em 26/06/2013 06:00 / atualizado em 26/06/2013 09:15

Estudantes de medicina receberam orientações e treinamento para socorrer pessoas feridas(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Estudantes de medicina receberam orientações e treinamento para socorrer pessoas feridas (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)

Um grupo de 40 voluntários, entre estudantes de medicina e médicos, prepara uma operação de guerra para socorrer feridos no limite da área reservada à Fifa, entre as avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, na Região da Pampulha, palco de recentes conflitos entre policiais e manifestantes. Na manhã de ontem, o grupo se reuniu na Praça Santa Bárbara, no Bairro Itapoã, e recebeu orientações do professor Giovano Ianotti, da Faculdade de Medicina da Unifenas, que atendeu vítimas no conflito no sábado.


“Somente o fato de vocês estarem aqui já manifesta desprendimento e vontade de ajudar digno de quem quer ser médico”, afirmou o professor, ao abrir a reunião. Sentados no chão da praça, os voluntários (estudantes de medicina e psicologia da Unifenas e UFMG) escutaram as orientações e deram sugestões. “Não é pelo dinheiro. É pelo abraço que o pai e a mãe do Caio me deram no hospital”, afirmou o professor, referindo-se à família de Caio Augusto, que caiu do Viaduto José Alencar no sábado e foi socorrido por ele.

O professor enfatizou que os estudantes nunca se devem colocar em situação de risco. “Não faz sentido virar outra vítima”, frisou. Ianotti destacou que o discurso da polícia é “agressivo” e que do lado dos manifestantes muitos estão sedentos para dar o “troco” do conflito de sábado. “Não podemos aceitar a violência. O objetivo é não ter nenhum paciente durante a manifestação”, destacou. A orientação que ele passou aos alunos foi para se engajarem e mobilizarem amigos para não seguirem em direção ao Mineirão, pois a possibilidade de conflito é muito grande.

Essa primeira atitude é considerada pelo professor como “medicina preventiva”, porém, caso o conflito se torne inevitável, ele destaca que o papel dos médicos é estar perto das vítimas. Entretanto, ele ressalta que, se uma minoria assumir uma postura de conflito, a atitude do grupo deve ser de seguir com a maioria.

Outra orientação aos voluntários é para que influenciem as pessoas a não subirem no Viaduto José de Alencar, que dá acesso à Avenida Abrahão Caram. “O viaduto é uma armadilha. O parapeito é baixo, as pessoas ficam cegas com o gás lacrimogêneo e a pimenta e caem lá de cima”, destaca Ianotti, lembrando que quatro jovens já caíram do elevado. Para aliviar a irrigação nos olhos devido ao gás, o professor recomenda uma mistura de água com leite de magnésia. “O vinagre é ácido e levemente bronco-dilatador”, reforça Ianotti.

LOCAL PROTEGIDO
O grupo de voluntários pretende montar uma base de atendimento em um local protegido do vento, para que não sejam atingidos pelo efeito das bombas. “Vamos tentar conversar com a polícia para não nos atacar e explicar qual a nossa intenção”, afirma Ianotti, que relatou diversos problemas com os militares no sábado. “Se for alvo, corra!”, alertou. Ele orientou os voluntários para que o atendimento seja feito a todos. “Se houver policial, manifestante ou bandido, todos têm de receber o mesmo tratamento”, destaca, lembrando que os estudantes não são médicos. “Vocês são cidadãos com conhecimentos básicos de primeiros socorros. O procedimento médico deve ficar com os médicos que estarão lá”, afirma Ianotti.

Alguns cuidados básicos de atendimento de emergência foram repassados aos voluntários. Quem quiser ajudar os voluntários com a compra de material médico pode procurá-los no grupo do Facebook “Apoio médico aos manifestantes de BH”. Os estudantes vão comprar, com recursos próprios, material como luvas, ataduras e gazes.


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