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Estado de Minas

Poluição contribui para formação de cianobactérias no Rio São Francisco


postado em 17/02/2013 00:12 / atualizado em 17/02/2013 07:34

A combinação de pouca água na estação seca com lançamentos maciços de esgotos no principal afluente do Rio São Francisco, o Rio das Velhas, que deságua na localidade conhecida como Barra do Guaicuí, em Várzea da Palma, Norte de Minas, é um dos pontos que causam mais preocupação entre biólogos e ambientalistas por causa da proliferação de micro-organismos tóxicos. “No terceiro trimestre do ano passado, detectamos o aparecimento em grande volume de espécie de cianobactérias produtoras de toxinas altamente prejudiciais no encontro dos dois rios” alerta o biólogo Rafael Resck, mestre em ecologia aquática e consultor em recuperação de ecossistemas, que faz levantamentos no curso d'água pela Cemig. Em 2007, a reprodução sem controle desses organismos aquáticos obrigou a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) a monitorar a qualidade da água na região, sob o risco de interromper o abastecimento de municípios caso concentração maior de toxinas fosse detectada.

"Na ocasião, a água do Velhas estava verde e se destacava no encontro com o Rio São Francisco, que é mais turvo”, conta Resck. O Rio das Velhas recebeu investimentos pesados nos últimos anos (cerca de R$ 170 milhões) para a construção de duas estações de tratamento de esgoto, na Região Metropolitana de BH, com o projeto do governo de Minas para deixar o manancial em condições de natação e pesca. Mas ainda há lançamento de esgotos. “Os programas do estado e da Copasa ajudaram, mas na seca o problema é seriíssimo, pois ocorre a proliferação de espécie muito perigosa, que pode intoxicar peixes e seres humanos”, disse.

O ambientalista Roberto Mac Donald Moraes, responsável pelo projeto Amigos das Águas, salienta que muitos dos problemas do Rio São Francisco, em Pirapora, vêm do Rio das Velhas. “O Rio das Velhas continua jogando poluição no Rio São Francisco. Rios menores levam para o Velhas todo tipo de poluição”, observa. Diante da degradação, o pescador Wilson Pereira da Silva, de 54 anos, de Pirapora, teme pelo futuro. “Infelizmente, o rio está acabando a cada dia”.


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