
Um dos mais visados segmentos dentro da moda, segundo especialistas e empreendedores, é o de vestuário. É nele que estão debruçados, praticamente 24 horas por dia, estilistas, costureiras, modelistas, e tantos outros que trabalham para uma roupa ganhar as vitrines. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias dos Vestuários em Minas Gerais (Sindivest), Michel Aburachid, somente no estado, são 6,5 mil empresas no ramo, que empregam, juntas, 180 mil pessoas. “O nosso faturamento do ano passado foi na ordem de R$ 2,5 bilhões. São números que correspondem à nossa base territorial, que é de 75% de Minas”, comenta.
Michel diz que, por causa da Copa do Mundo, eleições e manifestações populares, o setor faturou 14% menos em 2014 na comparação com 2013. Porém, a capacidade do setor é tão forte que, já no mês passado, Minas recuperou o fôlego. O termômetro para isso veio com o 16º MinasTrend, o maior evento de moda do estado. “Na oportunidade, tivemos uma venda 30% maior em relação à última edição, feita em 2014. O que estamos percebendo é que tem havido já uma recuperação do segmento, principalmente, por causa da valorização do dólar, que tem tornado nossos produtos mais competitivos”, diz, acrescentando ainda que, com a moeda norte-americana em alta, Minas tem aproveitado também para crescer nas exportações.
Terceiro no ranking nacional em termos de geração de empregos e investimento no setor, Minas prima pela diversidade. Segundo o sindicato, cada região do estado produz itens e estilos diferentes. Em Muriaé, na Zona da Mata, o forte são a roupa para dormir e a moda praia. Em São João Nepomuceno, no Sul de Minas, a especialidade é o jeans. Já em Nova Serrana, no Centro-Oeste, o forte são os calçados. “Belo Horizonte e a região metropolitana possuem a maior concentração de confecções do estado, mais ou menos 2,5 mil empresas especializadas em moda casual, moda fashion, malharias, jeans, entre outros”, comenta Michel.
TÊXTEIS Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), da Mercadológica, da Bloom Consulting e do Instituto de Estudos e Marketing (Iemai), o Brasil é o 5º maior parque têxtil do mundo, com 30 mil empresas formais registradas no segmento, empregando oito milhões de pessoas, o que a coloca como a 2ª maior empregadora do Brasil. A cadeia têxtil brasileira tem uma participação de 5,5% do faturamento total da indústria de transformação do país.
EXIGÊNCIA A fama aumenta a exigência de quem compra e de quem faz. Segundo comenta a analista do Sebrae Minas Denize Pinho, “durante muito tempo a confecção, por exemplo, era vista como uma resposta para a ociosidade. Mas, hoje, as coisas não ocorrem mais dessa forma e não há espaço para o amadorismo”. Ela diz que o brasileiro é bom de criar, de ousar, mas ainda não leva tão a ferro e fogo o business da moda. “Ainda está faltando uma capacidade de negócio. Hoje, o cliente está exigente e o jeitinho brasileiro não serve mais nesse ramo. É preciso planejar, conhecer a moda como negócio”, aconselha.
O diretor da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e coordenador do conselho CDL/Barro Preto, Fausto Izac, diz que, hoje, a moda em Minas está madura e, diante disso, para abrir qualquer negócio, é preciso se aprofundar no mercado. “A pessoa tem que se profissionalizar, principalmente porque a moda é algo que está em constante mudança”, aconselha.
