(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Viúva fala sobre os últimos momentos do mestre da arquitetura


postado em 07/12/2012 07:43

Presidente Dilma ficou ao lado da viúva, Vera Lúcia (foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Presidente Dilma ficou ao lado da viúva, Vera Lúcia (foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)

Rio de Janeiro — A voz trêmula de Vera Lúcia Niemeyer no dia seguinte à morte do marido, Oscar Niemeyer, externava o sentimento de dor. Casada com o arquiteto há seis anos, a ex-secretária do artista esteve com ele durante todos os 33 dias de internação no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Na manhã de ontem, enquanto o corpo era preparado para seguir viagem até Brasília, ela falou pela primeira vez com a imprensa após se tornar viúva, em frente à porta principal da unidade de saúde. Em meio ao clima de comoção, Vera contou detalhes sobre os dois últimos dias de companhia ao marido: “Ele estava lúcido. Anteontem (terça-feira), ele disse que queria comer pastel e tomar um café”.

Com força reduzida para falar, Vera admitiu a dificuldade de pensar no futuro. Companheira mais próxima do arquiteto desde a morte da filha única dele, Anna Maria Niemeyer, em 6 de junho, ela reafirmou o amor que tinha por ele. “Perdi a pessoa de que mais gostava no mundo. Eu amei. Vai ser difícil (superar a dor), mas o tempo passa. Não saí de perto dele em nenhum momento. Nem nos melhores nem nos piores”, emocionou-se.

O bom humor de Niemeyer até o início da manhã de quarta-feira rende boa lembrança à viúva. De acordo com Vera, a exemplo do que havia feito em internações passadas no mesmo hospital, o arquiteto brincava com a equipe médica sobre a possibilidade de compor um samba. Há três anos, acomodado no CTI, ele escreveu a letra Tranquilo com a vida, ao lado de Caio Marcelo de Almeida, um dos enfermeiros que cuidava do artista havia sete anos. Vera revelou ainda que vai realizar um desejo do marido: editar um livro sobre obras de arte do arquiteto.

No Congresso


A homenagem a Oscar Niemeyer mobilizou deputados e senadores, que ocupam uma das mais conhecidas obras do arquiteto, o Congresso Nacional. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), determinou que as bandeiras do Brasil e do Mercosul, expostas na frente do complexo, fossem hasteadas a meio mastro, assim como foi feito no Palácio do Planalto, em sinal de respeito ao comunista que morreu aos 104 anos. Sarney também cancelou a sessão do plenário do Senado — prática que ocorre quando morre um senador e que foi repetida, excepcionalmente, no caso do arquiteto – e vai adotar o mesmo período de luto oficial determinado pela presidente Dilma, de sete dias.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)