O arquiteto britânico Norman Foster se declarou nesta quinta-feira profundamente entristecido pela morte de seu colega brasileiro Oscar Neimeyer, um de seus heróis.
"Foi uma inspiração para mim e para gerações de arquitetos", declarou Norman Foster que, como Niemeyer, foi agraciado com o prêmio Pritzker, considerado o Nobel da Arquitetura, em um longo texto difundido por sua assessoria."Pouca gente consegue conhecer seus heróis e eu estou grato por ter tido a oportunidade de passar um tempo com ele no Rio, no ano passado", acrescentou o arquiteto de 77 anos.
Foster explica que, quando era estudante no início dos anos 1960, já buscava inspiração na obra de Niemeyer, que acabara de desenhar Brasília."Era audaz, escultural, colorida e livre, como nada do que se havia feito antes", afirmou o presidente do estúdio Foster and Partners, com sede em Londres e filiais em Abu Dhabi, Hong Kong, Madri e Nova York.
"Brasília não está simplesmente desenhada, está coreografada", explicou. "Cada uma de suas peças fluidamente compostas parece elevar-se, como uma bailarina, sobre suas pontas congeladas em um momento de equilíbrio absoluto", acrescentou.Foster também recordou em seu tributo a conversa que manteve no ano passado com Niemeyer, "um homem cuja energia e criatividade eram uma inspiração".
"Ele me disse que a arquitetura é importante, mas a vida é ainda mais importante. E, no entanto, ao final, sua arquitetura é seu último legado. Como o homem, é eternamente juvenil, nos deixa com uma fonte de deleite e inspiração para muitas gerações vindouras", concluiu Foster.