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Estado de Minas

Especialistas alertam para situação emergencial de concessões das rodovias

Das rodovias da 3ª etapa, apenas uma está com o cronograma em dia. Mesmo assim, não terá fôlego, diz ABCR


postado em 24/07/2017 08:46 / atualizado em 24/07/2017 08:53

MGO Rodovias, da BR-050, está com máquinas na pista. A empresa conseguiu renegociar os contratos(foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
MGO Rodovias, da BR-050, está com máquinas na pista. A empresa conseguiu renegociar os contratos (foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Das rodovias privatizadas na chamada 3ª etapa de concessões do governo Dilma Rousseff, apenas uma está com o cronograma em dia. A MGO Rodovias, responsável pela administração, duplicação e operação da BR-050 no trecho de 436,6 quilômetros, que começa no entroncamento com a BR-040, em Cristalina (GO), e se estende até a divisa de Minas Gerais com São Paulo, no município de Delta, está com máquinas na pista.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges, nem mesmo a MGO vai ter fôlego para continuar com as obras se o governo não agilizar uma Medida Provisória específica para o setor.


Borges explica que, além de ter um trecho menor para duplicar, já que a rodovia tem menos de 450 quilômetros, enquanto as demais concessões têm mais de 800 km, a MGO foi beneficiada por ter assinado o contrato primeiro. “Conseguiu o empréstimo antes da conjuntura econômica começar a desandar”, ressalta o presidente da ABCR.

A especialista em concessões de rodovias Letícia Queiroz de Andrade, sócia do Escritório Queiroz Maluf, explica que a MP que o governo costura está demorando para sair porque há dúvidas na modelagem.

“Uma das soluções em estudo é um tipo de concessão que contemple só a manutenção das rodovias. Isso está em discussão na Casa Civil, no âmbito jurídico, mas não há consenso”, revela.

O impasse ocorre, segundo fontes ligadas à negociação, porque o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) quer ser o licitante dessas concessões de manutenção.

E um dos problemas das concessões da era Dilma Rousseff foi justamente a participação do Dnit nas obras de alguns trechos. Na própria BR-050, o DNIT tinha que realizar obras. Como não conseguiu, porque o governo está sem dinheiro, houve necessidade de a MGO renegociar o contrato.

Na revisão, foram considerados os novos investimentos que a MGO Rodovias fará em obras emergenciais e de recuperação de pavimento de trechos que estavam sob responsabilidade do DNIT e foram transferidos para a concessionária em maio. Com isso, a MGO foi autorizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a reajustar as tarifas do pedágio.

“A concessionária concluiu a meta do segundo ano de obras em 30 de junho, de 52,4 km de pista duplicada, cumprindo o cronograma estabelecido no contrato de concessão”, diz a MGO. “Já estão prontos 91,1 km ou 41,7% dos 218,1 km de rodovia a serem duplicados em Goiás até o primeiro semestre de 2020”, informa, por meio da assessoria.

Por decisão judicial, a MGO também conseguiu alteração do cronograma de duplicação. E as obras nos trechos de menor tráfego serão realizadas só no quinto ano.

Para Marlon Ieiri, advogado especialista em infraestrutura do L.O. Baptista, o que todas as concessões querem são alterações nos contratos para contemplar a queda de demanda e o corte no financiamento.

“Elas poderiam solicitar a devolução amigável, como prevê a Lei nº 13.448/2017, mas nenhuma quer abrir mão do negócio sem antes saber como será o cálculo da indenização pelos investimentos já realizados”, explica.


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