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Estado de Minas

BH registra deflação de 0,21% em junho; taxa é a mais baixa do Brasil

Energia e alimentos influenciaram prévia da inflação oficial na capital mineira no período. No país, IPCA-15 de 0,16% é o menor para o mês desde 2006


postado em 24/06/2017 06:00 / atualizado em 24/06/2017 09:39

Prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou deflação de 0,21% em junho em Belo Horizonte e fechou o trimestre encerrado este mês também com deflação de 0,10%, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 2,85%. A taxa de junho na capital mineira é a mais baixa do país, que registrou alta de 0,16% no IPCA-15 de junho, a menor variação para o mês desde junho de 2006 (-0,15). Em maio, o IPCA-15 ficou em 0,18% em Belo Horizonte e de 0,24% no país.


A queda nos preços alimentos e da energia elétrica explicam a deflação em Belo Horizonte este mês, segundo o IBGE. “Belo Horizonte ficou na contramão do resto do país e teve queda de 2,33% na energia elétrica. A alimentação no domicílio (-1,36%) ficou distante da média nacional (-0,83%), sobressaindo as frutas, que apresentaram queda de 12,66%”, diz a nota divulgada pelo IBGE. Além de Belo Horizonte, o IPCA-15 ficou negativo tabem em Fortaleza, com queda de 0,13%. No lado das altas, Recife foi a região metropolitana com o resultado mais elevado (0,46%) no IPCA-15 de junho. “Entre outros fatores, as contas de energia elétrica aumentaram 12,71%, bem acima da média nacional de 2,24%, tendo em vista o reajuste de 8,87% nas tarifas, vigente desde 29 de abril”, diz a nota do IBGE.

Com o número de junho, o IPCA-15 em todo o país acumula aumento de 1,62% no ano A taxa acumulada em 12 meses até junho foi de 3,52%. A variação em 12 meses é a menor desde junho de 2007, quando a alta nessa ótica foi de 3,44%. Em maio, a variação acumulada em 12 meses estava em 3,77%. Já a alta verificada nos seis primeiros meses de 2017 no IPCA-15 é a menor para um primeiro semestre na história do real, moeda implantada no ano de 1994.

Grupos e impactos A desaceleração do IPCA-15 na passagem de maio para junho, de 0,24% para 0,16%, foi puxada pelo grupo Alimentação e Bebidas, que registrou deflação de 0,47% neste mês, informou o IBGE. Com isso, Alimentação e Bebidas teve impacto negativo de 0,12 ponto percentual (p.p.) no IPCA-15 de junho, o maior entre os grupos de despesas acompanhados pelo IBGE. “A queda nos alimentos foi ainda mais intensa quando considerados os produtos comprados para consumo em casa, que chegaram a ficar 0,83% mais baratos” em junho, diz a nota divulgada pelo órgão.

O segundo maior impacto negativo, com 0,02 p.p. no IPCA-15 de junho veio do grupo Transportes, com deflação de 0,10%. Os preços dos combustíveis, com queda de 0,66% na passagem de maio para junho, foram o destaque. Segundo o IBGE, o etanol ficou 2,05% mais barato, enquanto o preço da gasolina recuou em média 0,37%. “Caíram, também, as tarifas dos ônibus interestaduais (-0,95%), enquanto as passagens aéreas aumentaram 6,83%”, diz a nota do IBGE.

A conta de luz, que ficou mais barata em Belo Horizonte, continuou acelerando a inflação no IPCA-15 de junho. Com isso, o grupo Habitação avançou 0,93% e teve o maior impacto de alta no índice, com 0,14 ponto porcentual (p.p.). O item energia elétrica avançou 2,24%, com contribuição de 0,08 p.p., a mais elevada do IPCA-15 de junho. “Apesar da substituição, a partir de 1º de junho, da bandeira vermelha pela verde, o que significa redução de R$ 3,00 a cada 100 KWh consumidos, o retorno aos valores sem os descontos que ainda haviam incidido, em parte, no índice de maio, aliado a outros movimentos em parcelas específicas, levaram à alta nas contas”, diz a nota do IBGE.
Os descontos, no caso, foram dados em abril, na forma de devolução de cobranças indevidas relacionadas à usina nuclear de Angra 3, ainda em construção no litoral sul do Rio. A conta de luz já havia sido o principal impacto de alta no IPCA fechado de maio. Segundo o IBGE, o grupo Habitação foi pressionado ainda pela taxa de água e esgoto (1,57%), condomínio (1,14%) e artigos de limpeza (0,84%).

“Na taxa de água e esgoto (1,57%), as pressões foram exercidas por Brasília (1,39%), com reajuste de 3,10% em primeiro de junho; pela região metropolitana de Salvador (5,00%), onde o reajuste foi de 8,80% em 06 de junho; e na região metropolitana de Curitiba (10,80%), cujo reajuste de 8,53% está vigente desde o dia 18 de maio”, diz a nota do IBGE, completando que Salvador e Curitiba tiveram também revisão na metodologia de cobrança nas contas.


IPC-S também é negativo

São Paulo – O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) na terceira quadrissemana de junho teve a primeira deflação (-0,12%) desde a primeira quadrissemana de agosto de 2013 (-0,02%), informou o coordenador do índice na Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. A queda foi inesperada para Picchetti, que estimava uma variação próxima a essa (-0,10) para o fechamento do mês. “Certamente, essa deflação será maior no fim de junho”, afirma. Por isso, o economista revisou sua projeção para o IPC-S de junho para deflação de 0,30%, que, se confirmada, será o menor resultado para o indicador em 11 anos, já que no sexto mês de 2006 a variação foi de -0,40%.

O índice de difusão – que mede o quão espalhada está a alta dos preços – ficou abaixo de 50%, em 49,71%, patamar que não alcançava desde julho de 2013, quando também ficou em 49,71%. Isso, segundo Picchetti, reforça o alívio generalizado nos preços, para além do choque favorável de alimentos, da queda de energia elétrica graças à adoção da bandeira verde no mês e do recuo dos combustíveis. “Esses fatores são os principais responsáveis pela expectativa de deflação no mês, mas sem esses itens, o índice ainda estaria em patamar muito baixo. Isso em termos de dinâmica de inflação é uma ótima notícia, mas tem um lado negativo, pois um dos principais motivos desse arrefecimento é a recessão.”

Em Alimentação (-0,39% para -0,57%), o economista destaca, no IPC-S da terceira quadrissemana, os declínios em batata inglesa, tomate, cebola, que subiram muito no início do ano, assim como de carne bovina (0,13% para -0,88%), que nesta época do ano costuma ter alta de preços por causa da entressafra do período de secas. Na avaliação de Picchetti, a queda na proteína animal se explica pela maior abundância de chuvas do que o normal, além da maior oferta de carne no mercado interno em função dos problemas que enfrenta a indústria brasileira desde a deflagração da Operação Carne Fraca, em março deste ano, que pode se intensificar com esse novo embargo dos Estados Unidos.


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