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Estado de Minas INVESTIMENTO ALTO NA ARTE POPULAR

Espaço aberto no Rio quer promover o artesanato brasileiro

Intenção do Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro é divulgar a qualidade do que é produzido no país


postado em 13/03/2016 11:00 / atualizado em 13/03/2016 08:08

Ministro Afif Domingos (E) inaugurou o Centro de Referência do Artesanato no Rio. Minas foi representada em exposição por artesãos de vários municípios, como os de Capitão Enéas, com seus objetos em madeira de umburama, cedro e ipê atençãoas galinhas feitas de trigo em Bento Gonçalves. Maria da Glória mostraos trabalhos confeccionados em Conceiçãodas Alagoas (MG(foto: MARTA VIEIRA/EM/D.A PRESS)
Ministro Afif Domingos (E) inaugurou o Centro de Referência do Artesanato no Rio. Minas foi representada em exposição por artesãos de vários municípios, como os de Capitão Enéas, com seus objetos em madeira de umburama, cedro e ipê atençãoas galinhas feitas de trigo em Bento Gonçalves. Maria da Glória mostraos trabalhos confeccionados em Conceiçãodas Alagoas (MG (foto: MARTA VIEIRA/EM/D.A PRESS)
Rio de Janeiro – Artesãos e cooperativas de trabalho artesanal de todo o país ganham novo apoio com um conjunto de iniciativas que vai consumir R$ 27 milhões, neste ano, do orçamento do Sebrae para fortalecer a arte popular de qualidade feita no Brasil no mercado interno e no exterior. Outros R$ 40 milhões foram gastos pela instituição na montagem do Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), inaugurado na quinta-feira na Praça Tiradentes, Centro Histórico do Rio. O empreendimento vai abrigar mostras permanentes e de curta duração de peças selecionadas em todos os estados, além de espaços para comercialização, treinamento e qualificação dos empreendedores do setor.

Em visita às instalações erguidas num conjunto de prédios construídos em 1808, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, disse que a intenção é promover o artesanato brasileiro de modo que ele seja reconhecido no país e internacionalmente. “É parte da nossa estratégia para reposicionar o artesanato no mercado nacional e no exterior, para que ele seja objeto de reconhecimento e valorização, inclusive encontrando melhores preços.”

Além de nove salas de exposições permanentes e de curta duração distribuídas em três pisos, o CRAB contará com uma loja do programa Brasil Original, do Sebrae, que vai oferecer peças selecionadas, com estimativa de negócios ao redor de R$ 1 milhão por ano. As peças serão oferecidas em sistema de consignação a partir de preços definidos pelos artesãos. Dados do Programa Brasileiro de Artesanato indicam que há mais de 92 mil artesãos inseridos no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab).

Pesquisa realizada em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – último levantamento disponível – mostra que o artesanato persiste como atividade econômica presente em 78,6% dos municípios. O CRAB reforça a política do Sebrae de apoio ao artesanato como expressão da identidade e da cultura brasileiras, incluindo a realização de feiras nos estados e novas versões do programa Brasil Original, que consiste na montagem de lojas em shopping centers para comercializar trabalhos confeccionados em todo o país.

A diretora técnica da instituição, Heloísa Menezes, informou que o Sebrae definiu orçamento de R$ 6 milhões para o CRAB neste ano, além de R$ 21 milhões que serão aplicados em 34 projetos de assistência a artesãos. "Nossa intenção é mudar o paradigma do artesanato visto como estratégia de vida de uma população de baixa renda e que atua na informalidade. Queremos que a atividade seja reconhecida como expressão da identidade brasileira e parte do nosso patrimônio simbólico e artístico e requalificá-la", afirmou.

A escolha do Rio para abrigar as instalações, segundo o presidente do Sebrae, se deve ao fato de o estado se caracterizar como porta de entrada importante de turistas no Brasil. Será realizado um esforço de divulgação do centro de referência, aproveitando também a realização das Olimpíadas. O empreendimento será aberto ao público no dia 22, com acesso à exposição de inauguração Origem vegetal: a biodiversidade transformada, que apresenta cerca de 800 peças elaboradas por artesãos de 27 estados. O tema são os objetos feitos com matérias-primas de origem vegetal, derivados de plantas e árvores, a exemplo de madeiras, palhas, fibras, sementes e resina.

Minas O artesanato de Minas Gerais está representado na exposição por peças decorativas confeccionadas com bagaço de cana-de- açúcar, de Conceição das Alagoas, no Triângulo Mineiro; artesanato em fibra de bananeira, de Capitão Enéas, no Norte do estado, e de Maria da Fé, no Sul. A mostra, que poderá ser vista até 24 de setembro, retrata, ainda, a produção e o tingimento natural de tecelagem de Bonfinópolis de Minas, Natalândia, Riachinho, Sagarana e Uruana de Minas, região conhecida como Polo Veredas, no Noroeste do estado. Para os 15 artesãos que formam a Cooperativa Mariense de Artesanato Gente de Fibra, de Maria da Fé, a oportunidade vai além do reconhecimento da qualidade. A diretora comercial da cooperativa, Érica Campos, diz que a oportunidade é de extrema importância.

Os artesãos de Maria da Fé vendem a maior parte das cerca de 200 peças confeccionadas todo mês em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As exportações, contudo, são raras, ante o custo alto de embarcar as peças, segundo Érica. Trabalhos já foram embarcados para Argentina, Portugal, Itália, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e China. “Trabalhamos com uma produção sustentável, ligada à identidade da nossa região”, afirma Érica.

A Associação de Artesãos Garimpo das Artes, de Conceição das Alagoas, espera que, com divulgação, as peças feitas em papelão e bagaço de cana-de-açúcar ganhem mercado pelo Brasil e no exterior. A presidente da organização, Deides das Graças Tomaim, diz que os 10 artesãos associados já exportaram, mas sem regularidade, para Itália, Inglaterra e Estados Unidos. “Nossa esperança é de que o trabalho sobressaia”, afirma. O grupo é formado por 10 mulheres, de jovens as da terceira idade, que complementam a renda na atividade.

(*) A repórter viajou a convite do Sebrae


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