Brasília – Depois de um início de semana marcado por temor nos mercados financeiros mundiais, o discurso de Janet Yellen, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, conseguiu afastar o mau humor e as bolsas europeias voltaram a subir nessa quarta-feira (10). No Brasil, a sinalização de que o aumento dos juros da maior economia do mundo será gradual segurou a queda da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). O Ibovespa, indicador das principais ações negociadas, chegou a cair mais de 1% ao longo do dia, mas fechou com desvalorização de 0,53% em 40.377 pontos. O dólar subiu 0,65% cotado em R$ 3,9355.
As bolsas europeias interromperam cinco pregões seguidos de queda. O índice FTSE de Londres subiu 0,71%, o DAX 30, de Frankfurt, teve alta de 1,55% e o CAC 40, de Paris, se valorizou 1,59%. Na avaliação de José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, o discurso de Yellen freou a derrocada dos mercados mundiais. “Sem dúvida, a fala da presidente do Fed acalmou os ânimos nas principais bolsas e não foi diferente no Brasil. O que se esperava era um abalo muito maior aqui”, explicou.
EXPECTATIVAS Ainda que com uma recessão no Brasil mais profunda no radar, os analistas do mercado financeiro preveem inflação no teto do sistema de metas do governo no ano que vem. De acordo com a pesquisa semanal que o Banco Central (BC) faz com as principais instituições financeiras do país, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,8% para 6%: exatamente o limite máximo estipulado pela equipe econômica para 2017. No ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve o objetivo do BC em 4,5% para 2017, mas diminuiu a margem de tolerância de dois pontos percentuais para 1,5 ponto percentual. (Com agências)