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Estado de Minas

Usiminas interrompe atividades em Cubatão e vai demitir 2 mil empregados diretos

Na tentativa de adequar o ritmo da produção à demanda mais fraca, a companhia já havia paralisado em junho dois altos-fornos, um em Ipatinga, e outro em Cubatão


postado em 29/10/2015 17:01 / atualizado em 29/10/2015 19:06

(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)

Com prejuízo de R$ 1,04 bilhão no terceiro trimestre deste ano, a Usiminas anunciou hoje novo ajuste mediante à crise porque passa a companhia na usina de Cubatão, no interior de São Paulo, onde serão desativadas temporariamente as atividades de produção de aço bruto e líquido, o que vai implicar nas demissões de 2 mil empregados dentro de três a quatro meses. O presidente da siderúrgica, Rômel Erwin de Souza, afirmou ao Estado de Minas que na unidade de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, continua o trabalho de intensa redução de custos, sem novas alterações. Na Mineração Usiminas, que mantém ativos na Serra Azul de Minas, na porção Central do estado, a empresa vai estudar iniciativas também para diminuir despesas dentro do planejamento para 2016.

A drástica reestruturação foi necessária, de acordo com o presidente da Usiminas, para que a companhia mantenha capacidade de competir num mercado desafiador, afetado por queda no consumo no Brasil e excesso de capacidade produtiva no mercado internacional de aço, estimada em cerca de 700 milhões de toneladas. “É um esforço difícil e pesado que a empresa tem de fazer. Nenhum de nós sente prazer em fazer isso, mas todo o nosso esforço tem de ser no sentido de preservar esse patrimônio”, afirmou o executivo.

Na tentativa de adequar o ritmo da produção à demanda mais fraca, a companhia já havia paralisado em junho dois altos-fornos, um em Ipatinga, e outro em Cubatão. As vendas da Usiminas caíram 14% de janeiro a setembro deste ano, na comparação com idêntico período de 2014. Considerando-se os mesmos meses de 2014 frente a 2013, a empresa havia amargado recuo de 10% no nível de comercialização de seus produtos.

Pela reestruturação, serão suspensas as operações das chamadas áreas primárias da usina de Cubatão: sinterizações, coquerias, altos-fornos, aciaria e atividades associadas. Permanecerão em funcionamento o terminal portuário próprio e a área de laminação de tiras a frio e a quente da fábrica, que será suprida por aço da unidade de Ipatinga ou comprado de terceiros, dependendo do custo que a companhia terá, segundo Rômel Souza.

Na usina de Ipatinga, o alto-forno 1 foi desligado em junho, como forma de ajuste à demanda fraca no mercado siderúrgico, e a unidade passou a operar ao seu nível mínimo de produção. Ao divulgar o resultado do terceiro trimestre, a Usiminas destacou em nota, ontem, que a indústria siderúrgica trabalha com ociosidade superior a 30%. O prejuízo líquido do período, condição que a siderúrgica havia também registrado de abril a junho – de R$ 708,8 milhões –, foi debitado, principalmente, à forte desvalorização cambial, somada às condições desfavoráveis das vendas.

Além da crise operacional e financeira, a companhia enfrenta o conflito societário entre seus principais controladores, o grupo siderúrgico Ternium e a japonesa Nippon Steel, que se arrasta desde o fim de 2013. O presidente da Usiminas afirmou, ainda, ao EM que a empresa, uma das maiores empregadoras da região da Baixada Santista, tem consciência do impacto social que terá o corte de 40% do efetivo de empregados diretos da usina. “Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para reduzir esse impacto social”, afirmou.

De acordo com Hélio Madalena, presidente do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) essa decisão da Usiminas é mais um ataque à classe trabalhadora. "A desativação em Cubatão revela que a Usimins quer realizar demissões em massa. A empresa vem tentando há um bom tempo reduzir os salários dos funcionários e como não conseguiu vai demitir em massa para recontratar com salários mais baixos", reclama. Segundo Hélio, o sindicato está mobilizando os trabalhadores da Usiminas em vários pontos do país, inclusive os da Usina de Cubatão, em São Paulo, para impedir as demissões.


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