Bullard, do Fed, indica que alta dos juros nos EUA pode começar em outubro

Nashville, 19 - O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de Saint Louis, James Bullard, indicou em discurso neste sábado que a autoridade monetária pode tomar a decisão de elevar juros em sua reunião de outubro. Bullard participa das reuniões do comitê de política monetária, mas não tem direito a voto e diz que teria sido voto dissidente no encontro de setembro, quando o Fed decidiu por ampla maioria manter suas taxas básicas de juros próximas a zero. Como John Williams, presidente do Fed de São Francisco, Bullard também afirmou que "por pouco" a alta dos juros não se deu em setembro.

O dirigente afirma que os baixos níveis de inflação registrados pelo país provavelmente são temporários, um efeito da queda nos preços internacionais do petróleo. "Os preços do petróleo vão se estabilizar, então quando você olha a inflação no comparativo anual, ela começa a voltar para 2% (ao ano) no horizonte das previsões", explica. Segundo Bullard, a desvalorização das commodities deve ser encarado como um argumento a favor do aperto monetário, e não da manutenção dos juros.

James Bullard também afirmou neste sábado que se posicionou contra a decisão do comitê de política monetária dos Estados Unidos de manter inalteradas as taxas de juros de curto prazo do país. A posição de Bullard é de que a economia já se recuperou o suficiente para justificar um aperto monetário. "O argumento para a normalização da política é bem forte", disse.

O Fed tem por objetivo garantir que a taxa de desemprego no país se mantenha em nível considerado de pleno emprego no longo prazo e levar a inflação à meta de 2% ao ano. "Por que as políticas do comitê se mantêm tão longe do normal quando os objetivos já foram essencialmente cumpridos?", questiona Bullard.

A expectativa é de que o Fed comece a elevar os juros lentamente, com um avanço de 0,25 ponto porcentual. Para Bullard, esse ritmo deve manter "uma política monetária excepcionalmente acomodatícia nos próximos três anos". Fonte: Dow Jones Newswires.