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Estado de Minas

Sinal de permanência de Levy acalma mercados

Cotação do dólar caiu para R$ 3,76 depois que Dilma garantiu ao ministro protagonismo na política fiscal. Bolsa fecha em alta


postado em 04/09/2015 06:00 / atualizado em 11/09/2015 18:40

Brasília – Assim como na véspera o racha da equipe econômica provocou o caos no mercado, ontem o restabelecimento do poder do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi o que bastou para conter a escalada do dólar. A moeda norte-americana chegou a bater R$ 3,820 antes de a presidente Dilma Rousseff pedir a Levy que adiasse a viagem que faria à Turquia para se encontrar com ele garantir-lhe o protagonismo na arrumação das contas públicas. Assim que a reunião no Palácio do Planalto foi anunciada, o mercado se acalmou e o dólar recuou até fechar estável em R$ 3,760.

Desde que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, havia assumido o papel de condutor da política econômica do governo, ao lado do ministro-chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante, aliança que resultou no enfraquecimento de Levy, o país estava sofrendo um ataque especulativo. Dilma foi alertada pelo presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, de que o dólar chegaria em questão de dias aos R$ 4 caso ela não mostrasse o apoio a Levy.

“As medidas mais recentes, com bancos públicos oferecendo crédito subsidiado a determinados setores, são muito parecidas com as adotadas no primeiro mandato da presidente e que foram responsáveis pela atual situação econômica do país, à beira do abismo”, ressaltou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Além do peso da reunião de Dilma com a equipe econômica, o dólar também reduziu a alta durante a tarde na expectativa da aprovação da Medida Provisória que eleva a Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre instituições financeiras, o que veio a se confirmar mais tarde. Segundo o texto-base aprovado pela Câmara, a CSLL subirá para 20% até 1º de janeiro de 2019, ante os atuais 15%, o que pode levar bancos brasileiros com subsidiárias no exterior a vender dólares para manter sua proteção cambial.

Apesar desse fato pontual, os especialistas em câmbio são unânimes em dizer que, se o ministro da Fazenda sair do comando da equipe econômica, o dólar vai estourar. “Todo dia o mercado testa um teto maior da moeda norte-americana. Talvez amanhã (hoje) se acalme com a notícia de que o Levy vai ficar”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. Mário Batistel, da Fair Corretora, vai na mesma linha. “O dólar chegou a bater em R$ 3,82 e daí caiu quando saíram boatos do fortalecimento. O medo era realmente o de ele pular fora do governo”, afirmou.

Para Silvio Campos Neto, especialista em câmbio da Tendências Consultoria, também foi a divulgação de que Levy teria cancelado a viagem à Turquia para se encontrar com a Dilma, e que isso representaria um ganho de poder, acalmou os mercados. Contudo, Campos Neto ressaltou que não adianta apenas o ministro se manter no cargo. “Ele é o único que está dando aval no exterior para o Brasil. Tem que ver as condições em que ele fica. Tem que haver um reforço de posição. Resumindo: ele tem que dar as cartas”, frisou.

A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) teve mais uma sessão de forte volatilidade ontem, levando os ganhos a perto de zero em meio às dúvidas sobre permanência do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Com a reviravolta, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, fechou em forte alta, de 1,94%, a 47.365 pontos. Foi a segunda valorização seguida, com as ações da Vale puxando a alta. As ordinárias (ON) subiram 3,42%, cotadas a R$ 18,73, e as preferenciais (PN) tiveram alta de 4,25%, precificados em R$ 15,20. Os papéis ON da Petrobras registraram leve alta, de 0,39%, a R$ 10,24, enquanto os PN caíram 0,68%, cotados em R$ 8,76. Na semana, a bolsa sobe 0,44%. No ano, o índice acumula perda de 5,28%.

JUROS FUTUROS


Os juros futuros também sentiram a reviravolta e a onda de compras que dominou o mercado nos últimos três dias, com alguns vencimentos superando os 15% ao ano, deu uma trégua ontem. Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro de 2017 – mais líquido, com mais de 700 mil contratos negociados – caía para 14,700% ao ano, ante 14,800% no último ajuste.


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