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Estado de Minas

Alemanha e França dão nova chance à Grécia, mas cobram resposta urgente

Em Belo Horizonte não há, até o momento, impacto nas agências turísticas que vendem pacotes para o país


postado em 07/07/2015 06:00 / atualizado em 07/07/2015 07:38

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, deixaram portas abertas (foto: AFP PHOTO / BERTRAND GUAY )
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, deixaram portas abertas (foto: AFP PHOTO / BERTRAND GUAY )
A Europa manteve as portas abertas para negociar com a Grécia mesmo depois da vitória estrondosa do “não”, de 61% dos gregos, às exigências da última proposta de resgate dos credores internacionais. Em nova tentativa de salvar o euro, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, decidiram conceder mais uma chance ao país endividado, mas pediram que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apresente “rapidamente” novas propostas que contemplem reformas econômicas para conseguir a liberação de recursos.

A Grécia tem até 20 de julho para pagar 3,5 bilhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE). Se a dívida não for paga, deixará o BCE impedido de emprestar à Grécia por estatuto. Na semana passada, o país já deu um calote de 1,6 bilhão de euros no Fundo Monetário Internacional (FMI). Ontem, a diretora do FMI, Christine Lagarde, avisou Tsipras que o fundo não vai liberar crédito até a Grécia pagar dívida. Tsipras reagiu e ligou para Angela Merkel, garantindo que novas propostas serão apresentadas ainda hoje.

Para contornar a situação, no lugar do intransigente Yanis Varoufakis, que renunciou ao cargo de ministro das Finanças depois do resultado do referendo do último domingo, o governo grego anunciou Euclid Tsakalotos, atual coordenador da equipe negociadora, como substituto. Tsakalotos, um economista discreto que acumula a função de vice-ministro das Relações Exteriores, também é membro da coalizão radical, da qual Varoufakis faz parte, mas é mais ponderado, dizem especialistas.

De acordo com o economista Paulo Eduardo Nogueira Gomes, da AZ FuturaInvest, Tsakalotos, 55 anos, foi uma escolha positiva para dar continuidade das negociações. Encarregado dos assuntos econômicos internacionais e formado em Oxford, o novo ministro das Finanças, nomeado, no fim de abril, coordenador da equipe grega de negociações em Bruxelas após o isolamento de Vafourakis nas reuniões da Zona do Euro, terá a dura tarefa de recuperar a confiança do seu país diante dos grandes bancos e instituições financeiras europeias. Os gregos disseram no referendo que merecem algo melhor e que não podem aceitar um acordo inviável”, declarou o novo ministro, após assumir o cargo. “Vamos continuar as negociações. Espero que algo mude na Europa”, disse Tsakalotos, que admitiu ter um certo medo ao assumir seu cargo “em um momento que não é nada fácil na história grega”.

Custo De fato, a missão dele é difícil. Paulo Gomes, da AZ, explicou que a Grécia é um país pesado, de alto custo, no qual 49,7% dos jovens estão desempregados, 26% das pessoas economicamente ativas também estão desocupadas e um quinto da população é de aposentados. “As pensões custam 18% do PIB (Produto Interno Bruto). A situação grega colocou a Zona do Euro em xeque porque se os países credores afrouxarem as exigências, as outras nações que passaram por crises (Espanha, Portugal, Irlanda) vão querer o mesmo tratamento. Se mantiverem o aperto, é possível que a Grécia saia do grupo, o que vai encolher ainda mais a moeda”, disse.

Ontem, o euro caiu 0,37% em relação ao dólar, cotado em US$ 1,10, e as principais bolsas europeias fecharam em queda pelos temores de que a Europa recuse as demandas por austeridade dos credores e do impacto da crise grega na zona do euro. Em Paris, o CAC 40 caiu 2,01%, a 4.711.54 pontos, enquanto em Frankfurt o DAX 30 teve queda de 1,52%, a 10.890,63 pontos. Fora da Eurozona, o FTSE 100 recuou 0,76% em relação ao fechamento de sexta-feira, a 6.535,68 pontos.

Viagem sem turbulência

É justamente nesta época do ano, de julho a setembro, a temporada de viagens para a Grécia. É nesse período, por causa dos dias mais ensolarados e bons para as praias, que o país é mais procurado pelos turistas e, em agosto, chega a ferver de viajantes por lá. Apesar da tumultuada situação econômica atual na Grécia, não há, até o momento, impacto nas agências turísticas de Belo Horizonte que vendem pacotes para o destino. Os clientes não estão cancelando suas viagens e sequer há promoções para lá. A dica para quem quer ir é levar euros em espécie.

A crise grega não desanimou o professor de geografia Marcos Antônio Carlos, que, daqui a duas semanas, embarca para a Grécia, em viagem de férias. “Estou um pouco apreensivo, mas não deixaria uma viagem dessas”, comenta. Ele pagou todo passeio em janeiro e conta que, em comparação com os preços atuais, economizou. “O ruim é que não há voo direto daqui para la. Então, irei para Istambul, na Turquia, onde ficarei cinco dias, e, depois, para a Grécia, onde serão 11 dias de estada. Tudo ficou em R$ 8,5 mil, sendo que, hoje, pagaria R$ 13 mil pelo mesmo roteiro”, compara.

Somente para a Grécia, Marcos gastou cerca de R$ 5 mil e pretende ter ainda uma despesa de R$ 3 mil com alimentação e passeios por lá. “Levarei euro em espécie e pretendo gastar o cartão somente no que for, realmente, necessário”, afirma. A partir de R$ 2,9 mil é possível pagar um pacote de viagem para a Grécia, com direito a seis noites, hospedagem em Atenas, café da manhã e passeios. O valor não inclui bilhete aéreo.

“Não é um país caro para viajar, vai depender das escolhas dos clientes em relação a hospedagem”, comenta a gerente de vendas da Master Turismo, Alexandra Peconick. Segundo ela, a agência ainda não notou nenhum impacto da turbulência na Grécia nas viagens de turismo. Segundo a gerente da Primus Turismo, Rosana Queiroz, até o momento, também não há desistências na agência. “Trata-se de uma localidade que vive do turismo, com preços para todos os bolsos. E o melhor período para fazer a viagem é justamente de julho a setembro e, geralmente, os brasileiros preferem viajar a navio e conhecer também a Turquia”, comenta.


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