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Estado de Minas

Juro do cheque especial atinge 220 % ao ano, maior patamar em 20 anos

Juros voltam a subir, alcançando 220,4% ao ano nas dívidas no cheque especial, maior taxa desde 1995. Encargos mais altos são os das operadoras de cartões, de 346% em 12 meses


postado em 25/04/2015 06:00 / atualizado em 25/04/2015 11:00

Clientes no SPC em BH: economia fraca pressionará mais os endividados(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Clientes no SPC em BH: economia fraca pressionará mais os endividados (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

Brasília – Os consumidores devem ficar atentos às finanças pessoais para não acumularem dívidas e serem surpreendidos com juros exorbitantes. A cautela para não extrapolar o orçamento na hora de ir as compras é importante porque em março as taxas cobradas pelos bancos no cheque especial chegaram a 220,4% ao ano, o maior patamar em 20 anos. Quem costuma usar o cartão de crédito também precisa ficar em alerta. O custo para quem não paga a fatura em dia é de 345,8% ao ano, um recorde para o indicador que passou a ser publicado em março de 2011, conforme dados divulgados ontem pelo Banco Central.

No caso do cheque especial, a dívida dos brasileiros com as instituições financeiras avançou 11,1% no primeiro trimestre e chegou a R$ 27,2 bilhões. Já o montante devido no cartão de crédito rotativo teve expansão de 7,4% no mesmo período e totalizou R$ 30,5 bilhões. As operações consignadas também mantém a tendência de alta, mas em menor patamar. Os servidores públicos tem R$ 158,5 bilhões contratados com bancos e financeiras, alta de 1,7% de janeiro a março. Os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já devem R$ 81,1 bilhões, crescimento de 5,2% nos três primeiros meses do ano. (leia mais sobre consignado na página 10).

Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, o aumento nas taxas de juros não teve impacto na inadimplência dos consumidores. Ele ressaltou que no trimestre o percentual de calotes encolheu 1 ponto percentual no cheque especial e passou para 12,8%. No caso do crédito rotativo do cartão de crédito, a taxa permaneceu estável em 34,1%. “A inadimplência de pessoas físicas e jurídicas ficou bem-comportada em março. Houve uma estabilidade num patamar relativamente baixo”, afirmou Maciel.

Pelas contas da autoridade monetária, o sistema de crédito brasileiro atingiu um estoque de R$ 3,06 trilhões em março. Nos cálculos de Maciel, o indicador deve terminar o ano em 57% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele explicou que o BC estimava que a carteira de crédito chegaria a 61% da geração de riquezas do país, mas com as mudanças nos cálculos do PIB a projeção foi alterada.

A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, comentou que com a alta de juros para conter a inflação galopante, os brasileiros tem reduzido cada vez mais a demanda por crédito. Ele explicou que além da renda corroída pela inflação, os consumidores não podem fazer mais dívidas porque já estão bastante endividas, com mais de 49% do orçamento comprometido com parcelas. “Esse percentual é alto. Se o nível de endividamento era alto, com juros nesse patamar a demanda tende a cair ainda mais. O arrefecimento do mercado de trabalho, com alta das taxas de desemprego também terá impacto no mercado de crédito”, afirmou.


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