Desfilar e fotografar são apenas passatempos em termos financeiros para a top model. A supervalorização de Gisele está nos contratos exclusivos com marcas de todos os tipos. O primeiro deles, com a empresa de lingerie Victoria’s Secret, elevou a modelo ao status de popstar. Hoje, não mais com o rótulo de Angel, a brasileira tem uma coleção própria da marca Hope, com loja na Galeria Lafayette, em Paris. Bündchen ainda recebe um percentual da receita de vendas.
A lista de marcas representadas pela modelo é extensa. Das essências da Chanel às joias da Vivara no exterior, aos produtos de cabelo Pantene e de higiene da Oral-B e a operadora de TV à cabo Sky no Brasil. Segundo a revista Forbes, de 2001 a junho de 2014, Gisele faturou US$ 433 milhões, o equivalente a R$ 1,342 bilhão. Apenas nos 12 meses compreendidos entre junho de 2013 e de 2014, ela ganhou US$ 47 milhões (R$ 145,7 milhões). Pelo oitavo ano, diz a revista, ela foi a modelo mais bem paga do mundo.
Nos cálculos, está computado o contrato com a marca esportiva norte-americana Under Armour avaliado em US$ 250 milhões por 10 anos. Com a negativa do jogador de basquete Kevin Durant, a top model foi a selecionada para ser a garota-propaganda mundo afora, inclusive no Brasil, onde a empresa tem um mercado ainda em formação. Apenas este contrato praticamente equipara os ganhos da modelo à receita do marido e principal jogador de futebol americano dos Estados Unidos, Tom Brady.
Brady faturou US$ 31,3 milhões nos 12 meses encerrados em junho do ano passado, segundo a Forbes. Com a soma dos valores, o casal é o segundo entre as celebridades com maior receita do mundo (US$ 80 milhões segundo a última lista), atrás apenas dos astros da música Beyoncé e Jay Z (US$ 95 milhões). Bündchen e Brady ficam à frente de Angelina Jolie e Brad Pitt (US$ 50 milhões).
NA BOLSA O economista norte-americano e autor do blog StockerBlogger, Fred Fuld, criou um índice para medir a evolução das marcas ligadas à modelo no mercado financeiro. A lista inclui Volkswagen, Ralph Lauren, Telefonica, Procter & Gamble, Disney e Apple. “Eu escolhi as marcas com base nas companhias em que ela trabalhou, e as marcas têm de fazer parte de uma empresa que tem capital aberto. Eu uso os preços das ações ao longo de um período para acompanhar o desempenho do índice, semelhante ao Dow Jones Industrial (reúne a evolução média das ações)”, explica.
Com o mesmo raciocínio, Fuld trabalhou em relação a outras celebridades, a exemplo da modelo Heidi Klum e das atrizes Nicole Kidman, Angelina Jolie, Eva Longoria e Jessica Alba. “A última comparação que eu fiz do Índice Gisele com o de outras top models o dela superou todos os outros”, relata. “No comparativo com o Dow Jones Industrial, o Índice Gisele teve performance significativamente superior. Entre 2007 e 2014, o indicador da modelo subiu 105,6%, ante 36,9% do DJI”, afirma.
Gisele incrementou as vendas da Pantene no Brasil em 40%, diz o economista. Segundo a diretora de Comunicação e Marca da P&G no Brasil, Gabriela Onofre, ela é garota-propaganda da Pantene desde 2007, quando a marca foi relançada no país. A modelo se envolve diretamente nas campanhas publicitárias, perguntando sobre o desenvolvimento, estudos e tecnologias dos produtos. “A top é um ícone de beleza mundial, o que também faz dela uma personalidade aspiracional para as consumidoras, especialmente sendo ela uma brasileira que alcançou os mais altos níveis de reconhecimento no segmento de moda e beleza”, afirma Gabriela.