O dólar voltou a romper a barreira dos R$ 3 nesta sexta-feira, após fechar acima desse patamar pela primeira vez desde 2004 na véspera. Por volta das 12h, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,056, em alta de 1,46%. Em casas de câmbio e bancos de Belo Horizonte, o dólar turismo já é negociado a R$ 3,25, sem o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), preocupação para quem planeja ou está com viagem marcada para o exterior.
No início do pregão, a divisa ensaiou uma baixa, mas mudou de rumo após o departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgar que o país criou mais postos de trabalho que o esperado em fevereiro. O desemprego se situou em 5,5%, 0,2% a menos que a primeira estimativa de janeiro (5,7%). Os analistas esperavam 5,6%, o que instiga novamente a ansiedade em relação à alta dos juros na economia americana, causando uma pressão no câmbio aqui, no Brasil. Ao mesmo tempo, o principal índice Ibovespa caía 0,86%, ainda repercutindo as vagas de trabalho no mercado americano e o avanço da inflação oficial no país, que fechou fevereiro com alta de 1,22%. Em 12 meses, acumulado é de 7,7%, o mais elevado desde maio de 2005.
Ontem, o dólar fechou cotado a R$ 3,012, com alta de 1,03%, o maior valor desde 16 de agosto de 2004. A crise política entre governo e Congresso e a indefinição do Banco Central a respeito da manutenção do programa diário de venda de dólares no mercado futuro acabaram por antecipar em quase dois anos a desvalorização do real. O mercado financeiro só previa uma cotação acima dos R$ 3 no fim de 2016. Porém, nos últimos quatro dias, a divisa dos Estados Unidos acumulou alta de 5,44% e já subiu 13,27% no ano.