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Estado de Minas

Segue o caos nas estradas entre Rio e SP

No décimo dia do movimento, motoristas resistem com vários bloqueios e param a Via Dutra


postado em 28/02/2015 06:00 / atualizado em 28/02/2015 07:24

Caminhoneiros bloquearam no início da tarde de ontem a rodovia Presidente Dutra, por uma hora e meia, no primeiro protesto na principal ligação entre as duas maiores regiões metropolitanas do país — São Paulo e Rio de Janeiro — desde o começo do movimento grevista, que completou ontem o seu décimo dia. O protesto com seis caminhões parados começou às 15h30, na altura do quilômetro 228, em São Paulo, no sentido Rio, provocando três quilômetros de lentidão e muito transtorno para a população, incluindo passageiros que desceram dos ônibus e caminharam pelo acostamento.

Segundo a concessionária CCR Nova Dutra, a marginal da rodovia teve duas das três pistas interditadas, enquanto a Polícia Rodoviária Federal negociava com os manifestantes no local. Mais cedo, as estradas federais registravam 59 interdições devido aos bloqueios de caminhoneiros, número menor do que o registrado na véspera, quando o governo anunciou que começaria a multar manifestantes. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizava pela manhã bloqueios em cinco estados (Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará), ante 88 interdições na noite anterior em seis estados. Ao fim do dia, eram 61 bloqueios, com a exclusão do Ceará e a inclusão de São Paulo. Em Minas não foram registrados protestos até o fechamento desta edição.

Em diversas partes do país, os bloqueios continuaram prejudicando o transporte de mercadorias e afetando, sobretudo, as indústrias de alimentos, provocando situações de desabastecimento. O protesto dos caminhoneiros, que brigam pela redução do preço do diesel e dos pedágios, além de melhores valores para os fretes, também afeta outras empresas de variados portes e setores, como a distribuição de combustíveis.

Nem mesmo o aviso, feito na véspera pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que os caminhoneiros poderão pagar multas judiciais de R$ 5 mil a 10 mil por hora, caso persistissem nos bloqueios, desmobilizou o movimento. “É obra de uma minoria de radicais”, acusou.

Segundo a PRF, foram realizadas logo pela manhã 25 autuações no Paraná e uma no Rio Grande do Sul. No Mato Grosso do Sul, policiais prenderam uma pessoa. O governo informou que foram aplicadas cerca de 1 mil multas e 153 pessoas foram presas até agora sob a acusação de vandalismo. No Paraná, carretas precisaram ser escoltadas para chegar ao destino.

Apesar de não ter uma liderança unificada ou mesmo de uma pauta conjunta, o movimento dos caminhoneiros vem provocando estragos desde a semana passada, ganhando força e amplitude nacional na última segunda-feira. Após negociações que se estenderam por mais de 10 horas, representantes do governo e dos caminhoneiros anunciaram no fim da quarta-feira terem chegado a um acordo para tentar liberar as estradas. O Planalto se comprometeu a não reajustar o dia por seis meses e a negociar novos parâmetros para os frentes, entre outras medias. Mas os esforços foram em vão e os líderes informais continuaram se impondo.

Prejuízos
Os problemas para a indústria de carnes de frango e suínos se agravaram, com 60 unidades industriais de processamento “parando” devido aos protestos dos caminhoneiros, que afetam principalmente o Sul do país, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. O abastecimento interno e externo de carnes também está prejudicado, acrescentou.


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