(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Estado avalia como retomar pesquisa do Dieese e Fundação João Pinheiro

Com dívida de R$ 140 mil dos cofres públicos, estudo está parado há oito meses


postado em 20/02/2015 06:00 / atualizado em 20/02/2015 07:27

O governo mineiro estuda retomar a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Grande Belo Horizonte, com adequações na metodologia para que o levantamento sobre o mercado de trabalho inclua mais municípios da região metropolitana da capital. O assunto será tratado provavelmente nos próximos dias pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), que considera imprescindível o estudo para a definição de políticas públicas. Paralisada há oito meses, como mostrou reportagem do Estado de Minas publicada em outubro do ano passado, a PED vinha sendo executada por meio de convênio com a Fundação João Pinheiro e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A Sedese informou ao EM, sem dar detalhes sobre a situação do acordo para realização da pesquisa, que desde 2013 os pesquisadores contratados pela Fundação João Pinheiro, responsáveis por executar o levantamento, não recebem do estado, o que gerou uma dívida de aproximadamente R$ 140 mil. Segundo o órgão, que se diz preocupado, uma vez reativada a pesquisa, só haverá resultados no segundo semestre. A PED é realizada desde 1995, abrangendo 25 do cinturão de 34 cidades na Grande BH.

Historicamente, Minas Gerais contava com dois levantamentos sobre o mercado de trabalho, a PED e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sem a primeira, o estado passou a contar com dados que, para alguns economistas, não são tão amplos. “Sem a PED ficamos com uma visão mais restrita dos indicadores ”, comenta o coordenador do curso de economia da escola de administração Ibmec e doutor em economia, Márcio Salvato. Segundo ele, pesquisas como a do Dieese são de grande importância para conhecer o comportamento do emprego e do desemprego, além da evolução da renda e do perfil do trabalhador.

“É uma forma de conhecermos também os setores que estão empregando ou desempregando, são informações relevantes”, avalia Salvato. Para ele, o universo do levantamento do Dieese é mais amplo do que a pesquisa realizada pelo IBGE. “Só uma taxa de desemprego não informa detalhadamente como está o mercado. Ao desconhecer isso, não se faz política de ações trabalhistas”, critica.

No governo passado, a Sedese informou ao EM, em outubro de 2014, não ter recebido um centavo do recurso vindo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que deveria repassar ao governo estadual R$ 1 milhão para custear ações de política pública na área, entre elas, a pesquisa. Já o Dieese acusava o governo de ter se atropelado em questões burocráticas, inviabilizando o repasse financeiro da União. À época, a previsão era de uma retomada do levantamento ainda em 2014, o que não ocorreu.

O custo para aplicação da metodologia, na qual pesquisadores vão a casas de cerca de 5 mil entrevistados sorteados, é de R$ 2,2 milhões por ano e envolve cerca de 60 pessoas, que trabalham todos os dias em busca dos dados referentes ao mercado de trabalho. Desde 1993, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o MTE aportam recursos diretamente nos estados interessados no levantamento.

NOVOS CUSTOS Procurada pelo EM, a fundação não comenta o assunto. A Sedese também não informa o motivo da dívida e nem quanto há no caixa da secretaria para bancar o levantamento. O secretário André Quintão não pode dar entrevista, o que, segundo a assessoria, é justificado pelo fato de o governo estadual estar, neste momento, “realizando um amplo levantamento da situação administrativa e financeira do estado, o que inclui ações relativas a administrações anteriores.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)