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Estado de Minas

Só economia na hora de usar pode driblar valor alto da conta de luz

Reajustes em 2015 prometem ser acima da inflação mas mudança de hábitos pode garantir consumo até 50% menor


postado em 21/12/2014 06:00 / atualizado em 21/12/2014 08:44

Os reajustes de energia elétrica, que começaram a comprometer o orçamento dos brasileiros neste ano, serão ainda maiores em 2015, e podem passar de 30%. Mas, além de preparar o bolso, os consumidores precisam aprender a economizar. A cada dois anos, o Brasil desperdiça, em eletricidade, o equivalente à produção anual de uma usina do porte de Itaipu — são R$ 11 bilhões por ano jogados fora. Com a atual escassez de água e a conta de luz nas alturas, o país não deveria se dar a esse luxo. Bastaria recorrer a medidas simples de racionalização do consumo, sobretudo entre as famílias, responsáveis pelo maior desperdício — quase um terço do total —, para conter um bem cada vez mais precioso.

Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abresco) mostra o tamanho do prejuízo. Com uma demanda de 2,5 milhões de gigawatt-hora (GWh) entre 2008 e 2013, o país consumiu desnecessariamente cerca de 250 mil GWh no período. Isso significa que o país poderia ter economizado pelo menos 10% de toda a energia consumida no período.

A adoção das bandeiras tarifárias, novo sistema que vai aumentar a conta de luz mensalmente quando as condições de geração forem desfavoráveis a partir de 1º de janeiro de 2015, vai alertar o consumidor sobre o maior custo da energia e pode provocar uma maior racionalização do consumo de forma espontânea, esperam os especialistas. Com bandeira vermelha, no caso de acionamento de termelétricas que geram a energia mais cara do mercado, a fatura será acrescida de R$ 3 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. A bandeira amarela acrescenta R$ 1,50 a cada 100kWh.

Para o presidente da Abresco, Rodrigo Aguiar, é preciso estar atento ao fato de que a alta da tarifa será três vezes maior do que a inflação em 2015 porque a sinalização da bandeira deve permanecer vermelha o ano todo. "Não dá mais para desperdiçar. A energia gasta desnecessariamente no país em seis anos poderia ter sido poupada caso as empresas e as residências brasileiras tivessem tomado medidas de eficiência energética", alerta. Ele observa que o brasileiro não tem a cultura de se preocupar com o desperdício. "Isso representa prejuízo de R$ 11 bilhões por ano com energia", avalia.

LIÇÃO DE CASA Com o rombo do setor elétrico, que alcançou mais de R$ 70 bilhões e, infelizmente, vai ser coberto pelo consumidor a partir de 2015, e ainda a adoção das bandeiras tarifárias, não há saída senão a economia. "Para não pagar caro é preciso fazer a lição de casa. É possível economizar entre 30% e 50% sem fazer sacrifício, sem se privar de nada", ensina Aguiar. Trocar equipamentos obsoletos por novos, com mais eficiência energética, desligar aparelhos que ficam em modo stand by, afastar a geladeira da parede para que a maior ventilação exija menos esforço do motor e tomar banhos mais rápidos são algumas dicas importantes.

Daniela Santos, funcionária da Defensoria Pública, já começou a adotar algumas medidas depois que a conta de luz, que costumava ficar entre R$ 160 e R$ 170, saltou para R$ 250. "Sabemos que, no ano que vem, vai ser pior. Por isso, mudamos as lâmpadas de toda a casa pelas que consomem menos. Desligo o forno elétrico e vou colocar sensores nas luzes que precisam ficar acesas à noite", enumera. Os computadores, que ficavam ligados 24 horas por dia, agora são desligados quando não estão em uso. O filho dela, o publicitário Leandro Freitas Reis,  27 anos, dá outra dica: "Ao sair para viajar, tiramos tudo das tomadas e esvaziamos a geladeira para poder desligá-la", conta.


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