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Estado de Minas

Fiemg sugere mobilização para melhorar cenário de estagnação em 2015

Produção teve queda de 3% de janeiro a outubro, em relação ao mesmo período de 2013 no Brasil, e de 2,6% em Minas, em idêntica base de comparação


postado em 18/12/2014 06:00 / atualizado em 18/12/2014 07:35

Neste ano, setor automotivo em Minas amargou queda de 21,7% em dez meses (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 31/07/2014)
Neste ano, setor automotivo em Minas amargou queda de 21,7% em dez meses (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 31/07/2014)

A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) defende a construção de um pacto nacional envolvendo empresários, governo, trabalhadores e o Legislativo para que o país enfrente e possa contornar as dificuldades impostas por um cenário de economia estagnada, com inflação e juros altos. Projeções revisadas da instituição, divulgadas ontem, indicam taxas bem modestas de crescimento do Brasil, de 0,18% neste ano e de 0,73% em 2015, medidas pelo Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto da produção de bens e serviços. Minas Gerais tende a sofrer mais, ante retração de 0,4% em 2014 e 0,2% no próximo ano. As estimativas levam em conta o baque que a produção industrial tem sofrido, com queda de 3% de janeiro a outubro, em relação ao mesmo período de 2013 no Brasil, e de 2,6% em Minas, em idêntica base de comparação.

Segundo o presidente da Fiemg, Olavo Machado Júnior, há possibilidade de reverter os indicadores ruins e o mau agouro das previsões para 2015 se houver um esforço conjunto para livrar o país do que chamou de raquitismo econômico. “Está na hora de construirmos um pacto nacional pelo desenvolvimento em que todos participem. O insucesso do governo na gestão da economia significa o insucesso da nação”, disse o empresário, ao pregar a conciliação entre empresas, trabalhadores, governo e Legislativo em favor dos interesses do país, e não de partidos políticos.

Em jogo, de acordo com o balanço parcial da economia em 2014 e as perspectivas com as quais a Fiemg trabalha, estão a queda da produção e do emprego industrial, que pressionará as taxas de desemprego em 2015, os indicativos de elevação do custo de vida, redução dos salários e de investimentos. Em Minas, dos dois segmentos mais importantes da produção industrial, o automotivo amargou queda de 21,7% de janeiro a outubro em 2014, frente aos mesmos meses de 2013, e o de produtos de metal (basicamente, a fabricação de estruturas metálicas) foi afetado por diminuição de 14,7%.

INVESTIMENTOS
Além da pressão sofrida dentro das fábricas, destacou Olavo Júnior, o necessário ajuste das contas públicas já assumido pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai afetar investimentos públicos e privados e a oferta do crédito pelos bancos federais e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O economista e gerente de estudos econômicos da Fiemg, Guilherme Veloso Leão, lembrou que a deterioração da atividade econômica tem levado a uma menor disposição das instituições financeiras e ao risco dos empréstimos, e a esperada austeridade na política de gastos do governo fará com que as únicas concessões de recursos que estavam em crescimento, as de dinheiro público, se retraiam.

“As empresas não veem perspectiva em relação às vendas de seus produtos, compras de matérias-primas e contratações”, afirmou Guilherme Leão, em referência a mais recente sondagem com os industriais de Minas feita pela instituição. A pesquisa indicou pessimismo em todos os indicadores para os próximos seis meses, assim como nas exportações. No campo das vendas externas, a alta do dólar frente ao real deverá favorecer os exportadores, assim como a recuperação da economia americana. O freio imposto à economia da China, contudo, é o que mais preocupa, pelo fato de o país ter se tornado o maior parceiro de comércio exterior do Brasil e de Minas Gerais.

As empresas passaram a trabalhar com estratégias agressivas de redução de custos e aumento da produtividade, que ficarão mais evidentes em 2015, alertou o presidente da Fiemg. “A inflação não pode ser encarada como o nosso maior problema, ela pode ser controlada”, disse Olavo Júnior, que voltou a insistir na adoção de medidas que favoreçam o acesso das empresas a crédito barato, à tecnologia de primeiro mundo, e criem condições de igualdade para que elas enfrentem seus concorrentes. Outro fator que complica o cenário de 2015 é o alto nível de endividamento da indústria. Com base em levantamento de julho da Fiemg, 29% das empresas estão no limite da capacidade de se endividar e 15% passaram desse patamar. Há dificuldades na captação e na gestão do capital de giro e no financiamento de investimentos.

Enquanto isso...disputa contra o Brasil

A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou ontem a abertura da maior disputa contra o Brasil em duas décadas. A demanda apresentada pela União Europeia (UE) ganhou rapidamente a adesão de vários mercados importantes, entre os quais, a Argentina. A OMC afirmou que medidas brasileiras são “discriminatórias” e barreiras erguidas pelo país têm como meta “promover a substituição de importações”, citando programas de incentivo à produção local como o Inovar-Auto. De sua sede em Genebra, o organismo presidido pelo brasileiro Roberto Azevêdo deu o sinal verde para o início das investigações sobre as acusações contra a política de incentivo fiscal do país, sob o argumento de que violam regras internacionais, sobretudo nos setores automotivo e de tecnologia.

Produção e emprego caem em novembro


Brasília – Produção, emprego e utilização da capacidade instalada na indústria brasileira recuaram em novembro, confirmando o desaquecimento da atividade, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme dados da Sondagem Industrial divulgada ontem, o indicador de produção ficou em 45,4 pontos este mês (50,8 pontos, em outubro). O estudo adverte que é comum que o índice de produção registre valores abaixo dos 50 pontos em novembro, devido ao fim das encomendas de final de ano.

No entanto, o indicador deste mês revela uma queda mais intensa que o usual, pois se trata do menor valor da série mensal para meses de novembro. A série foi iniciada em 2010. Em novembro, todos os indicadores vinculados à produção são inferiores aos registrados em outubro.

Em novembro, o indicador sobre produção marcou 45,4 pontos, apontando queda da produção. O indicador de número de empregados ficou em 46,4 pontos, revelando recuo mais intenso do número de empregados. Sobre expectativas para os próximos seis meses, o indicador de demanda marcou 48,1 pontos; o de quantidade exportada, 48,4 pontos; o de número de empregados, 46,3 pontos; e o de compra de matérias-primas, 45,7 pontos.

Todos os indicadores de expectativas, portanto, estão abaixo do nível de 50 pontos, em terreno negativo. Em relação à expectativa de demanda, inclusive, a CNI destaca que o índice de dezembro de 2014 é o mais pessimista desde abril de 2009, quando a série ainda era trimestral (a série passou a ser mensal em janeiro de 2010).


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