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Estado de Minas ELAS SÃO CADA VEZ MAIS CHEFES DO LAR

Domicílios comandados por mulheres no país passa de 22% para 37% em uma década

Em Minas, são 34% dos lares chefiados por mulheres


postado em 01/11/2014 00:12 / atualizado em 01/11/2014 07:55

Sem presença do companheiro, Lídia Oliveira diz ser pai e mãe dos três filhos que moram com ela em um barraco de madeira na Grande BH (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Sem presença do companheiro, Lídia Oliveira diz ser pai e mãe dos três filhos que moram com ela em um barraco de madeira na Grande BH (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

Se no mercado de trabalho as mulheres ainda não avançam na mesma velocidade que os homens para ocupar cargos de chefia, nas famílias este movimento tem sido rápido. Cada vez mais filhos e outros integrantes dos domicílios reconhecem as mulheres como líder do lar, papel tradicionalmente ocupado pelo homem. O que antes era a renda complementar do domicílio, vem aumentando o peso e se tornando em muitos casos o rendimento principal do grupo. Em 2000, as mulheres comandavam 22,2% dos domicílios número que cresceu para 37,3% no país. Em Minas, no mesmo período saltou de 21,5% para 34%. Apesar da participação feminina ser menor como chefe de família na zona rural, no campo essa participação dobrou no estado, passando de 10,1% para 20,4%, segundo dados do Censo por gênero divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na análise da composição familiar, as mulheres são chefes de 87,4% das famílias de pessoas sem cônjuge e com filhos. A proporção é menor nos caso de casal com filho, 22,7%, ou casal sem filhos, que alcança 23,8% das residências. Diversos fatores estão ligados ao aumento de lares brasileiros comandados por mulheres, o que não é diferente em Minas. “Na lista de razões, está o empoderamento da mulher, cada vez mais presente no mercado, ganhando dinheiro com seu trabalho”, diz Luciene Longo, demógrafa do IBGE. Outros motivos estão relacionados a mudanças no conceito da formação da família. “Atualmente, muitas mulheres que são independentes querem ser mães e têm seus filhos, mesmo sem ter companheiros em casa. Elas venceram um estigma de anos anteriores quando uma mulher grávida que não se casava não era bem aceita”, ressalta.

Em sua família, Lídia Oliveira não é a única mulher na chefia do domicílio. Primas e parentes repetem sua trajetória. Segundo ela, desde que se separou do marido é sua a responsabilidade pelos filhos Alice (4), André (8) e Adrian (9). Como as despesas da casa, principalmente o aluguel passaram a pesar no seu orçamento, ela se mudou com os filhos para um ocupação em Contagem, onde construiu a própria moradia. Segundo Lídia, a participação do companheiro no orçamento doméstico é mínima e ela acaba sendo pai e mãe das crianças. Ao seu lado, mora a vizinha Débora Duarte que chegou à ocupação pelo mesmo motivo. Os quatro filhos, ela sustenta com o trabalho de catadora de papel e também fazendo “bicos”, é a chefe da família.

Casa própria


“Nas classes de menor renda, cada vez mais as mulheres assumem múltiplos papéis, se tornando também o chefe do domicílio”, diz Roberto Piscitelli, professor de economia da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, por esse motivo, muitas vezes são as mulheres as responsáveis pela escritura da casa própria em programas de financiamento público.. Uma medida de proteção à família e à criança.

Os dados do IBGE mostram diferenças na zona rural mineira, onde o crescimento dos lares liderados por mulheres dobrou (de 10,1% para 20,4%), mas ainda está bem abaixo do percentual geral do estado (34%). Nas áreas rurais ainda há uma visão tradicional de que o homem é o chefe da família e também são poucos os domicílios em que as mulheres vivem sem companheiros”, afirma Luciene.

Menos filhos

As mulheres brasileiras estão também tendo menos filhos. Dados do censo apontam que o número de crianças por família reduziu em todas as faixas etárias. No Brasil, a proporção de mulheres com 15 anos ou mais com filhos, caiu em dez anos de 61,9 para 60,9. Em Minas Gerais, a taxa ficou praticamente estável, de 67,8 para 67,7 no período.


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