(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Inflação contém setor de serviços

Sob pressão dos preços, receita das empresas perdeu fôlego em agosto, com crescimento de 4,5%, menor taxa desde 2012


postado em 23/10/2014 06:00 / atualizado em 23/10/2014 07:21

A receita nominal do setor de serviços, um dos principais termômetros da economia doméstica, subiu 4,5% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o pior desempenho desde o início da série histórica da pesquisa do indicador, medido desde janeiro de 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice acumulou altas de 6,7% neste ano e de 7,4% no intervalo dos últimos 12 meses. Nessas duas bases de comparação, as taxas também exibiram os menores níveis do levantamento.

Em Minas Gerais, houve aumento da receita nominal nas três análises, embora com números mais tímidos: 1,5% em agosto; 2,5% no ano e 3,7% no acumulado dos últimos 12 meses. A desaceleração em agosto nos ganhos das empresas do grupo de informação e comunicação foi a que mais pesou para baixo nos resultados, tanto no Brasil, quanto em Minas. A receita nacional teve elevação de 1,7% no mês analisado, inferior à de julho (2,1%), enquanto em Minas a taxa ficou negativa em 6,7% em agosto.

O desaquecimento do mercado de transportes também ajudou no menor resultado mensal do indicador global. A receita do grupo caiu de 4,6% em julho para 3,2% em agosto. A principal causa, destaca Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, é a redução na demanda de transporte terrestre de cargas. Isso ocorreu, segundo ele, em razão de queda na produção industrial: “(A desaceleração) deve-se, principalmente, em função do recuo do transporte rodoviário de cargas, reflexo basicamente da redução de custos do setor industrial”.

O IBGE reúne cinco ramos de serviços para calcular a receita nominal. Tanto em Minas quanto no Brasil, os maiores aumentos em agosto foram notados no segmento de serviços prestados às famílias: 6,7% no estado e 9% no país. Esse grupo tem peso de 13,3% na composição do resultado total.

Um dos ramos dos serviços prestados às famílias é o de beleza, em que atua Maria Silveira, de 48 anos. Natural de Salto da Divisa, no Vale do Jequitinhonha, ela aprendeu o ofício de cabeleireira ainda na infância: “Trabalho no ramo desde os 12 anos”. No Salão da Nega, instalado numa galeria na Avenida Augusto de Lima, no Centro de BH, Maria confirma os dados do IBGE. “É um mercado que está crescendo, mas há limitações”, diz.

O problema, segundo ela, se deve à disparada dos preços dos cosméticos, que encareceram mais de 20% só neste ano. “Levando em conta gastos com energia elétrica, água, aluguel e outros, a margem de lucro está apertada. Não dá para repassar todos os aumentos”, afirma. A carestia dá pistas para explicar a desaceleração da receita de outros grupos de empresas que compõem a apuração da taxa pelo IBGE. O IPCA acumulou alta de 6,75% nos últimos 12 meses até setembro.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)