(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Moody's rebaixa nota da Petrobras

Vice-presidente da agência de classificação atribui queda ao alto endividamento e à incapacidade de repassar custos


postado em 22/10/2014 06:00 / atualizado em 22/10/2014 07:37

Brasília – Alvo de denúncias de corrupção, a Petrobras sofreu ontem mais um duro golpe. Com dívidas bilionárias e sem condições de reduzi-las no curto prazo, a estatal teve a nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco Moody’s. A avaliação da petroleira foi revisada de Baa1 para Baa2, o penúltimo degrau na escala de grau de investimento. Para piorar, a agência colocou a companhia em perspectiva negativa. Assim, se nada ocorrer para mudar seu quadro de dificuldade financeira, em breve a Moody’s poderá rebaixar de novo a Petrobras. Dessa vez, para a categoria de empresa especulativa.

Em nota, a vice-presidente da Moody’s, Nimia Almeida, disse que a revisão decorre da alavancagem da empresa, “que continua a crescer em 2014”, e diz que um dos motivos do alto endividamento se deve à “incapacidade (da Petrobras) em repassar os custos com importação de derivados”, numa menção explícita ao represamento de preços posto em prática pelo acionista controlador da companhia, o governo.

Mais do que isso: a agência deixou claro que a interferência estatal no controle da petroleira é um dos motivos para os maus resultados apresentados. “O governo vem tendo um papel cada vez maior nas operações da companhia, no direcionamento estratégico e no desenvolvimento dos poços”, disse a nota da Moody’s.

Durante a gestão Dilma Rousseff, sob a justificativa de evitar que a inflação fugisse do controle, o Planalto evitou que a estatal repassasse a alta do petróleo, mesmo diante de uma explosão de preços no mercado externo. Como consequência, a Petrobras teve que importar gasolina a um preço mais alto do que vendia dentro do país, gerando prejuízos. Não por outro motivo, o investidor Jim Chanos, um dos maiores especialistas em mercado financeiro no mundo, fez duras críticas à condução da empresa. Em entrevista à agência de notícias Bloomberg, ele disse que a estatal se transformou num “ralo” de recursos financeiros, e cravou: “A Petrobras é uma armação, e não uma ação”.

O rebaixamento da estatal do petróleo ocorreu quando o mercado financeiro brasileiro já estava fechado. “Dos males, o menor”, constatou um operador da bolsa, reforçando que, se o anúncio fosse feito durante o pregão, as consequências seriam “devastadoras”. Os papéis da Petrobras fecharam em queda de 7,3% ontem, o que detonou perdas em todo o mercado.

Bolsa

A Petrobras é a maior empresa do país e responde por um quarto do índice que acompanha as principais ações da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, que teve ontem mais um dia de perdas. Em caminho inverso seguiu o dólar, que chegou a romper a casa dos R$ 2,50, mas, ao fim do dia, reduziu a intensidade da alta, para R$ 2,476, elevação de 0,52%.

Mesmo antes da abertura oficial do mercado financeiro, ontem, às 10h, os negócios no pregão paulista já sinalizavam mais um dia de fortes perdas. Às 9h45, o Ibovespa futuro, indicador que mede a procura pelos papéis das principais empresas no país, já recuava em mais de 5%. Ao fim do dia, após os ânimos se acalmarem, as perdas foram reduzidas para 3,44%. Em dois dias, no entanto, o Ibovespa está negativo em 6%.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)