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Estado de Minas

Juros e inflação elevam calote no país

Taxa fecha junho com alta de 3% após recuo por três semestres consecutivos. Banco Central prevê aumento do risco de crédito


postado em 19/09/2014 06:00 / atualizado em 19/09/2014 07:41

Brasília – Com a alta dos juros e a inflação insistente, a trajetória de queda da inadimplência chegou ao fim. Após registrar recuo por três semestres consecutivos, a taxa relativa à carteira de crédito doméstica fechou o mês de junho em 3%, e não deve, conforme o Banco Central, voltar a cair. A análise feita no Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado ontem, responsável por analisar a dinâmica do Sistema Financeiro Nacional, é de “fim do ciclo de redução”.

O último indicador mensal divulgado pelo BC já havia mostrado uma retomada do crescimento desse tipo de endividado. A inadimplência nas operações bancárias das pessoas físicas com recursos livres atingiu 6,6% após um mês de recuo e outro de estabilidade.

Conforme a publicação, “esse comportamento é explicado por um ritmo menos acentuado de queda da inadimplência nos bancos privados, cuja diminuição no semestre foi de apenas 0,1 ponto percentual, e pelo aumento de 0,2 ponto percentual nos bancos públicos”. O diretor de fiscalização do BC, Anthero Meirelles, explica que a análise do relatório não é motivo de alarde, e que a expectativa do BC é de que a taxa permaneça constante nos próximos meses.

“A inadimplência é um elemento de preocupação de qualquer versão do nosso relatório. É um elemento chave sobre a saúde do sistema. O que nós colocamos é que não vamos continuar observando, como nos semestres anteriores, um recuo, porque a taxa está num nível saudável, de equilíbrio. Já encontrou um patamar baixo e, por isso, provavelmente o ciclo de baixa esteja no final”, argumentou.

Para o ex-diretor do Banco Central e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, a inadimplência tem subido, mas ainda não está em um ciclo de alta. “As taxas aumentaram porque os juros subiram. Então, estamos em uma fase de elevação da inadimplência, mas não sairemos dessa faixa enquanto tivermos bons índices de emprego e aumento real do salário”, disse.

Por conta do fim da queda na inadimplência e também em razão da elevação da taxa básica de juros (Selic), o relatório prevê um “leve aumento do risco do crédito”, que ainda deve crescer em ritmo mais fraco, segundo a análise do BC, mesmo após as medidas de estímulo anunciadas recentemente. “Nós não vamos ter nenhum boom de crédito, não é isso que queremos. Não estamos vivendo a mesma situação de 2010”, afirmou Meirelles, do BC. O financiamento imobiliário foi o que mais contribuiu positivamente no primeiro semestre, com uma participação de 29,5%. Já a carteira de veículos teve redução de 4,5% no semestre e 6,9% na comparação anual.

MERCADOS Apesar do crescimento moderado do país, o Banco Central (BC) garante que os mercados financeiros estão menos voláteis. No relatório divulgado ontem, a autoridade monetária reconhece que as principais áreas econômicas cresceram aquém do esperado, mas analisa que o sistema bancário brasileiro ainda tem capacidade para “suportar os efeitos de choque decorrentes de cenários macroeconômicos adversos ou mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio ou de inadimplência”.


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