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Estado de Minas

Confiança da indústria atinge pior nível desde 1999, aponta pesquisa

Apesar de medidas do governo para agradar o setor, empresários continuam descrentes com a economia


postado em 17/09/2014 06:00 / atualizado em 17/09/2014 06:49

Mesmo com as medidas anunciadas para reaquecer o consumo e de incentivo às empresas, o governo não consegue reverter a sensação dos empresários em relação à economia. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, realizada nos 10 primeiros dias do mês, mostrou que a confiança dos industriais está no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1999, 46,5 pontos. Uma queda de 7,7 pontos em relação ao mesmo período de 2013. A pesquisa mostra que a falta de confiança já dura seis meses consecutivos. Os indicadores variam de 0 a 100. Os números acima de 50 indicam confiança.

De acordo com o levantamento da CNI, a falta de confiança é generalizada em todos os portes de empresas. Nas pequenas, indicador ficou em 46,7 pontos; nas médias, em 45,4 pontos e, nas grandes, em 47 pontos. Na avaliação por segmento industrial, o índice só ficou acima dos 50 pontos na indústria extrativa, informou a entidade. A da construção tem 47,1 pontos e a de transformação, 45,8 pontos.

Por região, a desconfiança só não atingiu o Norte, que ficou com 54,7 pontos; e o Nordeste, com 51,4 pontos. No Sudeste, o pessimismo é mais acentuado e o índice fechou em 42,8 pontos; seguido do Sul, com 43,8%; e do Centro-Oeste, com 46,3 pontos. Ou seja, quanto mais industrializada a área, mas cético é o empresariado.

Segundo o economista da CNI, Marcelo Azevedo, a queda na confiança é resultado da percepção de piora nas condições da economia e das empresas. Ele avaliou que a falta de confiança compromete a atividade industrial e prejudica os investimentos. “Sem confiança, não há investimentos e sem investimentos não há crescimento da economia”, declarou. A pesquisa foi feita com 2.844 empresas de todo o país, das quais 1.059 são de pequeno porte, 1.074 são médias e 711 são de grande porte.

Serviços desaceleram
A falta de confiança e o desaquecimento da indústria afetaram o desempenho do setor de serviços. A receita bruta das empresas do setor cresceu 4,6% em julho sobre o mesmo mês de 2013, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor avanço nessa comparação em toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2012. No ano, a receita bruta do setor acumula alta de 7,0%. Já em 12 meses, a taxa de crescimento desacelerou a 7,6%, ficando pela primeira vez abaixo de 8% desde o início da série neste tipo de confronto (janeiro de 2013).

Os dados do setor de serviços em julho foram “bem fracos” e revelam que o segmento está sendo afetado pela desaceleração já evidente na indústria. Esta é a avaliação da economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, sobre os resultados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). “Como este é um setor que emprega muita mão de obra, formal e informal, pode-se ver também uma desaceleração mais forte no mercado de trabalho nos próximos meses”, acrescentou.

Questionada sobre se a alta inflação de serviços pode ser a responsável pelo desempenho mais fraco do setor, Solange avalia que há, de fato, uma contribuição, “mas que as condições da economia em geral explicam melhor o movimento de arrefecimento”, explicou.


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