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Estado de Minas

Pela 16ª semana, mercado reduz previsão do PIB e agora vê alta de 0,3%

OCDE também corta projeção para 0,33%


postado em 16/09/2014 06:00 / atualizado em 16/09/2014 07:39

O crescimento da economia brasileira já não convence mais nem o mercado, nem os organismos internacionais. Com a divulgação de indicadores cada vez piores, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é jogada para baixo a cada relatório publicado. Há 16 semanas consecutivas, os analistas ouvidos pelo Banco Central reduzem a projeção para o avanço da economia. No Boletim Focus de ontem, a previsão caiu de 0,48% na última semana para 0,33%. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também divulgou uma nova estimativa: revisou o avanço de 1,8% previsto em abril para 0,3%.

Para 2015, a projeção também caiu. Nos dados da OCDE, foi de 2,2% para 1,4%. No Focus, recuou de 1,10% para 1,04%. Em julho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia revisado a expectativa para o avanço do PIB para este ano e o próximo, de 1,9% para 1,3% em 2014 e de 2,7% para 2% em 2015. Nesse caso, o Brasil só cresceria mais do que a Rússia entre os emergentes.

Conforme o relatório da OCDE, “o Brasil caiu em recessão no primeiro semestre. O investimento tem sido particularmente fraco, minado pelas incertezas sobre a direção da política após as eleições e a necessidade de que a política monetária controle a inflação acima da meta”. Para a professora de economia Virene Matesco, da Fundação Getulio Vargas (FGV), “não há nada que possa dar ao mercado uma perspectiva positiva”. “Há uma tendência de desaceleração da economia. A indústria está parada, o comércio não está vendendo, a agropecuária de modo geral não teve um bom desempenho em relação ao ano passado. Os investimentos tiveram um forte recuo no primeiro trimestre. Ou seja, não há nada que possa dar ao mercado uma perspectiva positiva”, afirmou.

Para o professor Newton Marques, especialista em macroeconomia da Universidade de Brasília (UnB), a falta de confiança dos investidores é o fator crucial para a derrocada no crescimento do país. “Os empresários não confiam na atual política econômica, o governo não tem feito bem a lição de casa, a inflação está alta, os juros também; o câmbio está abaixo do que deveria estar”, comentou. Segundo ele, como o período eleitoral reforça as inseguranças, já que ninguém sabe quem ocupará o cargo de presidente da República em 2015, os investidores devem estar aguardando outubro para tomar atitudes mais definitivas, sejam elas positivas ou negativas.

Inglaterra
Enquanto o governo britânico tenta evitar que os 5,3 milhões de escoceses votem sim para no plebiscito sobre a emancipação da Escócia do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, na quinta-feira, um dado interessante expõe a fragilidade da economia brasileira diante do pífio desempenho do PIB do país. Mesmo se a sexta maior potência do planeta perdesse um de seus integrantes, ela não será ultrapassado pelo Brasil, que ocupa a sétima colocação no ranking global.

Pelas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB brasileiro, em 2014, somará US$ 2,215 trilhões, abaixo dos US$ 2,242 trilhões de 2013. Enquanto isso, o PIB do Reino Unido passará de US$ 2,535 trilhões para US$ 2,827 trilhões no mesmo período. Sem a Escócia, a soma de todas as riquezas da ilha europeia seria de US$ 2,282 trilhões no ano passado, e de US$ 2,544 trilhões neste ano.


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