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Estado de Minas

Impacto de medidas é para médio e longo prazos, avalia Bradesco


postado em 20/08/2014 19:49 / atualizado em 20/08/2014 20:16

As medidas de crédito divulgadas nesta quarta-feira, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, são favoráveis, uma vez que estimulam a maior oferta de recursos, mas não deverão ter impacto no curtíssimo prazo, de acordo com Domingos Abreu, diretor vice-presidente do Bradesco. "Quaisquer medidas que melhorem o ambiente de crédito como mais velocidade para retomada do bem é salutar e favorável, mas o impacto deve ser no médio e longo prazos, de um a dois anos", afirmou ele, em conversa com jornalistas, durante reunião do Bradesco com analistas e investidores.

Apesar disso, o executivo classificou as medidas como "super positivas" e que vão no direcionamento correto de reduzir o custo do sistema. Ao baixá-lo, conforme ele, é possível reduzir também os spreads (diferença de quanto o banco paga para captar e o quanto cobra para emprestar). "Uma parte grande do spread é o risco. Quando o custo é menor, cria-se um ambiente para termos um spread reduzido", disse ele, sem precisar o quanto o spread poderia cair e lembrando que o mesmo depende de outros fatores e ainda da competição existente no mercado.

Em relação ao impulso dado ao segmento de crédito ao veículo com a facilitação da retomada do bem, Abreu afirmou que é possível que a carteira de crédito do Bradesco, que tem recuado nos últimos trimestres, volte a crescer no segundo semestre deste ano. Essa carteira, de acordo com o executivo, vem passando por ajustes após ter crescido muito até 2010. Na ocasião, segundo ele, o crédito a veículos cresceu de maneira artificial e foi criado um impulso para tomada de recursos de maneira não tão sadia.

O diretor vice-presidente do Bradesco afirmou ainda que a demanda por crédito melhorou nos meses de julho e agosto, a exemplo do que ocorreu com outras atividades da economia passada a Copa do Mundo, que teve reflexo negativo em alguns segmentos.



Letra imobiliária garantida


De acordo com Sérgio Clemente, responsável pelo Bradesco BBI, a criação da letra imobiliária garantida (LIG) traz uma perspectiva importante para os investidores estrangeiros e institucionais. "A nova letra é interessante para o investidor à medida que é mais um instrumento disponibilizado no mercado de capitais e tende a contribuir para a atração de capital externo", disse ele.

De acordo com Clemente, com a nova letra, no médio e longo prazo o Brasil não terá problemas de escassez de recursos para financiamento imobiliário. Ele elogiou ainda o fato de a letra ter isenção fiscal. O benefício valerá, conforme a Fazenda, para títulos com prazos superiores a dois anos.

A letra imobiliária garantida terá dupla garantia: os imóveis lastreados no título e ainda do próprio banco emissor. Em fase de desenvolvimento há mais de três anos no Brasil, esses títulos se assemelham aos covered bonds existentes na Europa e são mais um instrumento de captação de recursos para os bancos para financiar o crédito imobiliário.

Protagonismo

Os bancos privados terão grande protagonismo no crescimento do crédito nos próximos anos, segundo o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Isso deve ocorrer, principalmente, conforme ele, no mercado de capitais. Ao comentar sobre concorrência, ele disse que os bancos públicos tiveram papel preponderante na expansão acelerada do crédito.

"São ciclos e momentos que eventualmente e em determinados momentos Tesouro e fundos precisam. É normal que os bancos exerçam protagonismo na economia com politica pró-cíclica. Isso nunca pode ser duradouro ou perdurar", avaliou ele.

Trabuco disse que bancos públicos e privados têm a mesma missão que é fazer o dinheiro circular. "Os bancos captam com uma mão e emprestam com outra, irrigando a economia", acrescentou.

A eficiência desse papel, porém, depende do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), conforme Trabuco. Ele comentou ainda sobre a necessidade de o Brasil encaminhar seu mercado de capitais. O Brasil, na opinião do executivo, está devendo aberturas de capital de empresas brasileiras. Trabuco citou ainda a importância do financiamento da infraestrutura, principalmente, pelo mercado de capitais.


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