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Estado de Minas

Desova de estoques salva faturamento da indústria mineira

Índice de expectativa para a produção da Fiemg melhora, mas confiança permanece negativa. Objetivo é limpar os galpões


postado em 24/07/2014 06:00 / atualizado em 24/07/2014 07:16

A decisão atípica das indústrias de Minas Gerais, para junho e julho, de desovar estoques com redução de preços pode ser a explicação para uma visão que saiu do pessimismo para o campo otimista sobre a demanda dos seus produtos nos próximos seis meses. O indicador das expectativas das empresas, em relação aos seus resultados apurados de 1º de julho ao dia 11 pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), alcançou 50,4 pontos, ante 47,2 pontos em junho. A consulta, feita a 70 grandes indústrias, 65 de médio porte e 56 pequenos empreendimentos do setor, integra o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei).

Pontuados de zero a 100, os dados mostram otimismo a partir dos 50 pontos. A despeito das expectativas positivas, a confiança geral da indústria mineira não saiu da avaliação pessimista. Melhorou um pouco, de junho, quando alcançou 41,9 pontos, para julho, 42,8 pontos. Na indústria da construção civil, o índice ficou abaixo da média, com 42,3 pontos em julho, completando o quarto mês consecutivo inferior à trava dos 50 pontos, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Como os estoques das indústrias estão mais altos do que o planejado pelas empresas, também com base em outro levantamento feito neste mês pela Fiemg, a Sondagem Industrial, em paralelo com o Icei, os números apontam para uma provável determinação de desovar a produção acumulada nas fábricas, avalia o gerente de Estudos Econômicos da Fiemg, Guilherme Veloso Leão. “Se o estoque está acima do planejado, o capital de giro fica comprometido, e isso afeta a situação financeira das empresas e o seu acesso ao crédito”, afirma. Os próximos meses serão para buscar aumentar o faturamento e melhorar os resultados, passada a Copa do Mundo, que obrigou as fábricas a liberar os empregados e cortar produção nos dias dos jogos do Brasil.

SURPRESA
A mudança positiva do indicador de expectativas dos industriais para os próximos seis meses surpreendeu, segundo Guilherme Leão, diante da queda da produção e da piora do nível de atividade fabril em junho. O indicador da produção mineira em junho, apurado na Sondagem Industrial, piorou, com 38,3 pontos, e o do emprego industrial acompanhou o movimento, com 44,6 pontos. Em maio, as pontuações eram de 47,9 e 46,6, respectivamente. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o ritmo da indústria brasileira caiu 1,6% entre janeiro e maio. Em Minas, ficou ligeiramente superior, em 0,2%, ante os primeiros cinco meses de 2013, mas diminuiu 4,1% em maio, frente ao mesmo período do ano passado.

Os industriais da construção civil só esperam melhora do cenário para os negócios em meados de 2015, observou Daniel Furletti, economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG. “Será preciso desencantar os investimentos para que o país consiga crescer, e eles não se realizam sem a construção civil”, afirma. No curto prazo, a pouca confiança do setor reflete a combinação de uma série de fatores negativos: inflação encostando na meta negociada pelo governo brasileiro (o
IPCA-15 subiu 6,51% nos últimos 12 meses até junho), juros altos e indefinições na política até as eleições presidenciais de outubro. Os níveis da atividade e do emprego em junho tiveram relativa estabilidade, registrando, respectivamente, 49 e 50,5 pontos. A consulta foi feita junto a 42 empresas mineiras do setor entre 1º e 11 de julho.


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