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Estado de Minas

Banco Central mantém a taxa Selic em 11% ao ano

Pela segunda vez consecutiva, Banco Central não altera Selic e deixa porta aberta para possível corte em setembro


postado em 17/07/2014 06:00 / atualizado em 17/07/2014 07:29

O Banco Central (BC) jogou a toalha e, mesmo diante da escalada da inflação, anunciou ontem a manutenção dos juros básicos da economia em 11% ao ano. A medida, apesar de já esperada pelo mercado financeiro, deixa claro que a prioridade do governo em um ano de eleições é evitar que o país entre em recessão, o que levaria, inevitavelmente, a uma alta do desemprego. Não por outro motivo, ao comunicar a decisão de manter a Selic inalterada pela segunda vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou a porta aberta para, inclusive, um corte na taxa básica, assim como fez em agosto de 2011.

Na ocasião, mesmo com a inflação em 7,23% ao ano, o BC deu um cavalo de pau na política monetária e anunciou um corte inesperado de 0,5 ponto percentual na Selic. A justificativa dada pelos diretores do Copom era que uma recessão mais forte do que o esperado nos EUA e na Europa ajudaria a reduzir a inflação no Brasil, o que não ocorreu. Mesmo tendo visto o plano naufragar, o BC seguiu cortando a taxa básica, que caiu de 12,5% ao ano para o menor patamar histórico, 7,25%.

O cenário atual é parecido com o de 2011, com uma diferença: em vez da retração externa, o que pode pesar à favor da queda da Selic é o baixo crescimento econômico do país. Nos primeiros três meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou apenas 0,2%. Para o segundo trimestre, as perspectivas são ainda piores. Mesmo entre os otimistas, a estagnação já seria um bom resultado.

Para a economista Tatiana Pinheiro, do Santander, o Copom pode alterar o plano voo já a partir da próxima reunião, marcada para 2 e 3 de setembro. “Ao manter a expressão ‘neste momento’, eles (diretores) deixam tudo em aberto, e mostram que vão aguardar a divulgação dos próximos indicadores econômicos para tomar as decisões”.

REPERCUSSÃO Para o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, a estratégia de manutenção da taxa Selic em 11% é ineficiente tanto para combater a inflação quanto para estimular a atividade econômica. Roscoe defende o uso de outras ferramentas, como a adoção de políticas fiscais mais austeras para combater os dois problemas. “A majoração da taxa Selic pune a atividade industrial e não tem conseguido segurar a inflação”, diz.

A decisão de manter a taxa de juros foi bem recebida pelo comércio varejista de Belo Horizonte. Para Bruno Falci, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), quanto maior os juros, pior para o comércio, já que o crédito fica mais caro e pode levar os consumidores à inadimplência, dificultarndo as vendas. De acordo com a CD/BHL, o governo precisa controlar a pressão inflacionária, uma das principais responsáveis pelo desestímulo do consumo na capital mineira.


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