Devido à distância do aeroporto em relação à capital, a preferência das lanchonetes é por trabalhadores que morem em Santa Luzia, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Vespasiano, Lagoa Santa e Confins, cidades mais próximas do terminal. Isso dificulta a procura por trabalhadores com experiência. Sem nunca ter trabalhado no setor de bares e restaurantes, Sara Delanocci tinha experiência como agente de saúde em Lagoa Santa, onde mora. Ao saber da vaga, decidiu candidatar-se. “Lá onde moro não tinha emprego”, justifica ela.
Uma parte das franquias instaladas no terminal de passageiros é de propriedade de empresários paulistas. Com isso, gerentes de unidades do estado vizinho vieram para cá participar do treinamento do pessoal contratado. É o caso de Richard Kumagai, da cafeteria Suplicy, rede de um primo do senador petista Eduardo Suplicy. Gerente da rede, ele foi escalado para vir para Minas para colaborar na abertura da unidade de Confins. Mas o acordo é que ele fique aqui algumas semanas e retorne assim que as atividades estiverem normais.
Há vagas Nos três turnos de funcionamento da lanchonete serão 20 funcionários. Ainda há vagas para baristas. Novamente, a preferência é por trabalhadores que morem perto de Confins. “Contratamos com ou sem experiência”, afirma Kumagai. Na lanchonete, os novos funcionários serão ensinados a servir um tradicional capuccino, ou um expresso, de acordo com as técnicas internacionais.
Na disputa com outros 80 concorrentes, Rosana Costa acredita que teve vantagem por ter experiência na hotelaria. Apesar de nunca ter servido um expresso antes, ela trabalhava em um hotel próximo ao aeroporto no setor chamado de ABC (alimento, bebida e conveniência). As três aulas ensinaram o beabá, mas só a repetição do trabalho deve torná-la craque no serviço. “É na prática que a gente pega”, afirma.
Apesar de terem sido contratados para as lanchonetes, os novos empregados são obrigados a trazer de casa o almoço ou lanche. Contraditório? Apesar de receber vale-alimentação, eles preferem escapar dos altos preços cobrados no aeroporto. “Por um lanche, paguei R$ 18,50. (Se for todo dia) aí vai meu salário todo”, diz Rosana Costa sobre o sanduíche comprado em unidade concorrente à que ela trabalha. Na cafeteria, o expresso custa R$ 5, enquanto nas máquinas de comida o mesmo produto é vendido a R$ 2.