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Estado de Minas DINHEIRO FÁCIL É MUITO MAIS CARO

Bancos que oferecem dinheiro fácil têm taxas que podem chegar a 1.000%


postado em 19/04/2014 06:00 / atualizado em 19/04/2014 08:08

O que aparenta ser fácil demais pode, na verdade, se revelar uma grande armadilha. A dica vale, sobretudo, para quem recorre a bancos e financeiras que prometem crédito imediato e sem complicação mesmo para clientes sem histórico positivo. O que é vendido como facilidade pode custar caro. Levantamento feito pelo Estado de Minas com base em dados do Banco Central (BC) mostra que há bancos que chegam a cobrar quase 1.000% em juros, ao ano, para emprestar dinheiro no crédito pessoal.


Os valores, ainda que elevados, nem sempre são percebidos pelos consumidores que recorrem a essa linha de empréstimo. “Ainda hoje há muita gente que não se atenta ao que está escrito no contrato, nas letrinhas miúdas. Para essas pessoas, o que importa é se a parcela do financiamento vai caber no orçamento do mês”, observou o especialista em finanças pessoais Silvio Paixão, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).


Os bancos e financeiras que praticam as maiores taxas de juros são justamente aqueles que oferecem mais facilidades na hora de conceder empréstimos. Um exemplo é o Banco Daycoval, que diz oferecer crédito “de forma rápida, segura e sem burocracia” a clientes. Dados do BC mostram que a taxa de juros cobrada pela instituição no crédito pessoal foi de 988,1% ao ano, no levantamento feito entre 28 de março e 3 de abril, com informações prestadas pelo próprio Daycoval.


Em segundo lugar nessa lista aparece a financeira Crefisa, cujo slogan publicitário é: “dinheiro em até 24 horas para (cliente) negativado”. A instituição aparece em segundo lugar no ranking de taxas elevadas, ao cobrar juros de 827,9% ao ano no crédito pessoal. A terceira posição é ocupada pela Bradescard, que oferece cartões de loja para varejistas como Casas Bahia, C&A e o atacadista Makro. As taxas cobradas pela Bradescard foram de 370,5% ao ano, de acordo com o BC.


O que leva os bancos a oferecer crédito a clientes com maior risco de calote, diz o especialista em finanças pessoais Ricardo Rocha, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), são justamente as maiores possibilidades de ganho. “A instituição financeira que cobra quase 1.000% de juros ao ano sabe que quem tomar esse empréstimo provavelmente não vai ter condições de honrar o contrato até o fim”, observou. “Então, em um contrato de 24 parcelas, se o cliente conseguir quitar seis ou sete parcelas, ele já terá pago um preço justo”, disse. “No fundo, os dois estão se enganando, porque os dois sabem que contrataram um crédito que não vai ser honrado”, assinalou.


Um passo antes de entrar nesse tipo de empréstimos, dizem os especialistas, é buscar outros créditos mais baratos, como o consignado e, em último caso, o rotativo do cartão de crédito ou o cheque especial. Mas mesmo quem recorreu a essa linha também não vem tendo vida fácil. Cinco dos seis principais bancos do país cobram taxas que ultrapassam os 100% ao ano. A exceção é a Caixa Econômica Federal, que oferece cheque especial a 80,3% ao ano. É quase três vezes menos que o cobrado pelo Santander, o líder nesse ranking. A taxa praticada pela instituição foi de 236,3% ao ano no cheque especial. Quase empatado está o HSBC, com juros de 229,1% ao ano.


O EM não conseguiu contatar os bancos e financeiras mencionados na reportagem.


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